04 de abril de 2016 | 16h57
PARIS - A companhia aérea Air France afirmou nesta segunda-feira, 4, que permitirá que mulheres de sua tripulação e pilotos poderão optar por não trabalhar nas rotas aéreas para Teerã após alguns de seus funcionários disserem não querer ser forçados a cobrir suas cabeças enquanto estiverem no Irã.
A Air France está se preparando para retomar os voos para Teerã no dia 17 após um hiato de oito anos em razão das sanções internacionais.
Gilles Lapouge: Hassan Rohani em Paris
Após uma reunião entre gerentes da companhia aérea e representantes dos sindicatos nesta segunda-feira, a companhia disse que ofereceria à equipe feminina a escolha de não fazer o voo.
Sob a lei iraniana, mulheres devem cobrir seus cabelos em lugares públicos. Sindicatos demonstraram preocupação sobre a determinação da Air France obrigando as mulheres da empresa a usar o lenço ao sair da aeronave.
O debate sobre o uso do lenço e outros símbolos religiosos em público é particularmente polêmico na França, que defende a importância da separação entre as instituições religiosas e do Estado.
"Essa obrigação não se aplica durante o voo e é respeitada por todas as companhias aéreas internacionais que atendem a República do Irã", afirmou a Air France, em um comunicado nesta segunda-feira.
Uma porta-voz da British Airways, que planeja retomar os voos para o Irã do Aeroporto de Heathrow no dia 14 de julho, disse que fará as recomendações mais perto da data.
A alemã Lufthansa, que continuou com seus voos para Teerã, afirmou não ter tido nenhum problema com a tripulação sobre seguir a regra para se cobrir com o lenço em espaços públicos.
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