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Trocas de acusações e insultos pessoais marcaram campanha do referendo

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Por Redação
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A campanha eleitoral para o referendo constitucional de amanhã terminou na quinta-feira à noite com grandes comícios pelo "sim" e pelo "não" em Guayaquil, na costa do Equador. O presidente equatoriano, Rafael Correa, liderou a festa pela aprovação do projeto constitucional no Estádio Modelo e ressaltou a necessidade de uma nova Carta para "garantir a estabilidade política e pôr fim à corrupção" no país. Na mesma cidade, em outro estádio, o prefeito de Guayaquil, Jaime Nebot, encerrou a campanha pelo "não", antes de sair em carro aberto numa passeata motorizada. Correa acusou partidários do "não" de tentar agredir membros da comitiva presidencial quando ela se dirigia ao estádio. Segundo Correa, seguranças do partido liderado pelo candidato presidencial derrotado em 2006 e um dos líderes da oposição, Álvaro Noboa, chegaram a chutar um dos veículos. "De fato, alguns seguranças da presidência tentaram deter o sujeito que tentou nos agredir, mas outros provocadores da oposição permitiram que ele fugisse. Sei que vão distorcer esse incidente nos meios de comunicação, mas, na verdade, foi isso o que aconteceu", disse Correa, ao chegar para o comício. Acusações, insultos pessoais e exageros entre partidários do governo e da oposição foram a principal marca da campanha do referendo. Uma associação de defesa de direitos de homossexuais de Quito entrou ontem com uma queixa-crime por discriminação contra Nebot. Um dos slogans da campanha do "não" diz "no a mariconada" - num protesto contra um artigo do projeto constitucional que prevê o reconhecimento civil da união entre pessoas do mesmo sexo. Em Quito, onde os comitês fizeram a festa de encerramento - com shows de artistas populares - na véspera, havia pouco movimento de campanha. Centenas de veículos com bandeiras da campanha pelo "não" congestionaram por alguns minutos, no fim da tarde, a Avenida Amazonas, uma das principais artérias da cidade. Partidários de Correa também fizeram algumas passeatas em Quito, mas, aparentemente, nem um nem outro lado conseguiu entusiasmar os moradores da capital. Desde ontem, vigoram em todo o país o período de "silêncio eleitoral" e a lei seca - para a irritação de milhares de turistas estrangeiros que visitam Quito. Segundo as últimas pesquisas, o "sim" obteria 57% dos votos e o "não", 28%.

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