
14 de dezembro de 2009 | 20h21
A organização Human Rights Watch disse que registrou ataques "imorais e frequentes" contra civis, realizados por soldados e rebeldes entre janeiro e setembro. Segundo o grupo, soldados que recebiam alimentos e munição da ONU mataram civis, estupraram meninas e cortaram as cabeças de alguns jovens que eles acusavam de serem rebeldes ou de dar apoio ao inimigo.
"Para cada combatente desarmado, um civil foi morto, sete mulheres e meninas foram estupradas, seis casas foram incendiadas e destruídas e 900 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas", disse a organização britânica Oxfam.
O Human Rights Watch também disse ter documentado os assassinatos de 732 pessoas entre janeiro e setembro pelo Exército congolês e tropas da vizinha Ruanda. No mesmo período, a entidade contou 701 civis mortos por rebeldes. Mais de 7.500 casos de violência sexual contra mulheres e meninas foram registrados em centros de saúde durante o período, quase o dobro de 2008 e provavelmente representando uma fração do total.
O Human Rights Watch disse que os 19 mil capacetes azuis no Congo - a maior força da ONU em todo o mundo - deve "encerrar imediatamente o apoio à atual operação militar" até que possa se assegurar que não há violações às leis humanitárias internacionais. O grupo também pediu que a ONU encontre "um nova abordagem para proteger os civis".
Sudão
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) afirmou que mais de 2 mil pessoas morreram e 250 mil fugiram de suas casas em 2009 por causa dos confrontos no sul do Sudão. Representantes da entidade disseram que a violência é a pior na região deste o acordo de paz de 2005, com a área norte do país para encerrar duas décadas de guerra civil.
O diretor de operações do Médicos Sem Fronteiras no Sudão, Stephan Goetebghebuer, disse que, ao contrário dos anos anteriores, os confrontos são mais frequentes e que mulheres e crianças também são alvos da violência. Karla Bil, coordenadora médica da entidade no Sudão, disse que 75% da população no sul do Sudão não têm acesso a cuidados de saúde básica, o que os expõem a muitas doenças.
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