Com centenas de soldados da ONU e policiais haitianos de prontidão, negociadores do governo provisório do Haiti reuniram-se com ex-soldados que ocuparam uma casa abandonada pelo ex-presidente deposto, Jean-Bertrand Aristide. O governo provisório diz que a casa é propriedade do Estado e deve ser desocupada; os ex-militares, cujo levante levou à queda do ex-presidente, recusam-se a partir. "O governo de transição tomará todas as medidas necessárias para pôr um fim a essa situação intolerável, coma ajuda da força de estabilização das Nações Unidas", diz nota oficial. Mas o coronel Carlos Barcellos, porta-voz da força brasileira que encabeça a presença da ONU no Haiti, diz que não há planos de invadir a propriedade. Já o ex-sargento Remissainthe Ravix, um dos líderes dos ex-soldados, diz que não haverá recuo. "Ficaremos aqui", garante. Uma equipe de negociação, composta por três ministros, chegou ao local à tarde, disse uma fonte que pediu para não ser identificada. A conversa durou duas horas, ao final das quais os negociadores partiram. Um único tiro foi ouvido no local, antes da chegada dos negociadores.