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Tropas da Síria matam 20 em mais um dia de protestos contra Assad

Exército segue reprimindo manifestações apesar de aviso sobre 'fim das operações militares'

Atualização:

BEIRUTE - As forças de segurança da Síria mataram ao menos 20 pessoas nesta sexta-feira, 19, em diversas ações de repressão em todo o país, informaram ativistas. A nova onda de violência ocorre um dia depois de os Estados Unidos e a União Europeia pedirem que o presidente Bashar Assad renuncie devido ao massacre que conduz contra seus opositores.

 

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Ativistas disseram que soldados, tanques e outros veículos militares entraram em várias cidades onde ocorrem protestos contra o regime de Assad, apesar das alegações do governo de que as operações militares haviam cessado. As declarações dos líderes ocidentais também pareceram não influenciar uma possível mudança de postura de Damasco.

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O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, sediado em Londres, e os Comitês de Coordenação Locais disseram que houve manifestações na capital Damasco, em Homs (centro), no sul da província de Deraa, na cidade costeira de Latakia, em Deir el-Zour (leste) e em outras áreas. Segundo os órgãos, 20 pessoas morreram. A televisão estatal afirmou que "homens armados" mataram dois militares.

 

Os protestos teriam iniciado depois das preces da sexta-feira, as mais importantes da semana para os muçulmanos. Esses são os momentos que têm dado origem às maiores manifestações na Síria - e consequentemente aos incidentes mais violentos. Na semana passada, 20 pessoas foram mortas durante protestos em que a multidão, desafiadora, gritava: "Só para Deus nos ajoelhamos."

 

O governo de Assad está sob intensa crítica da comunidade internacional por causa da repressão que conduz contra os manifestantes. Grupos de direitos humanos e testemunhas acusam as tropas sírias de disparar indiscriminadamente contra pessoas desarmadas e alegam que mais de 1.800 civis já morreram desde o início da revolta, em março.

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A Síria expulsou a maior parte da imprensa estrangeira do país, por isso é difícil verificar os relatos vindos de lá. Investigadores da ONU dizem que as forças de Assad podem ter cometido crimes contra a humanidade na repressão aos protestos dos últimos meses.

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