DAMASCO - O Exército da Síria e seus aliados cercaram e começaram a entrar em Albu Kamal, na província de Deir es Zor, a maior cidade ainda dominada pelo Estado Islâmico no país e no Iraque, com apoio de aliados russos, iranianos e da milícia xiita libanesa Hezbollah.
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“As unidades do Exército sírio e das forças aliadas completaram o cerco a ninhos terroristas em Albu Kamal e intensificaram as operações para extirpá-los da cidade”, informou a agência oficial Sana.
Os jihadistas do Estado Islâmico estão cercados por duas ofensivas na Síria e no Iraque – a do Exército sírio de Bashar Assad e a da coalizão árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos. Eles perderam nos últimos meses grande parte do controle que mantinham em Deir es Zor, além de terem sido expulsos de Raqqa, sua capital administrativa, e Mossul, a capital religiosa do “califado” proclamado por Abu Bakr al-Baghdadi em meados de 2014.
Deir es Zor, capital da província de mesmo nome, foi tomada no começo do mês, o que deixou Albu Kamal como o último território urbano sob controle do EI na Síria.
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Apoiadas por bombardeios de caças russos, as tropas de Assad avançaram pelo sul e oeste da cidade, enquanto a aliança árabe-curda atacou pelo lado da fronteira com o Iraque, a leste.
O Estado Islâmico conquistou a província rica em petróleo ainda em 2014, quando se valeu do caos criado pela guerra civil entre tropas leais a Assad e outros grupos radicais e moderados sunitas na Síria.
Hoje restam pequenos povoados e apenas um campo de petróleo sob controle do grupo na província, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) – ONG de oposição a Assad que monitora o conflito no país.
O Estado Islâmico também sofreu derrotas que lhe custaram o controle sobre Rawa, no Iraque e parte do deserto da província de Al-Anbar, na fronteira com a Síria.
Apesar das derrotas recentes no campo militar, no entanto, o EI segue capaz de cometer atentados na Síria e no Iraque. No fim de semana, 75 civis morreram numa explosão em Deir es Zor. /AFP