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Tropas de Israel aguardam sinal verde para operação em grande escala

"Venceremos a guerra, mas o preço será terrível", adverte o premier Ehud Olmert

Por Agencia Estado
Atualização:

O Exército de Israel continua nesta terça-feira sua ofensiva contra o Hezbollah, no sul do Líbano, enquanto aguarda o "sinal verde" do Gabinete de Segurança para lançar uma invasão em grande escala, com o qual pretende neutralizar a guerrilha xiita libanesa. Fontes do governo informaram que o Gabinete, presidido pelo primeiro-ministro, Ehud Olmert, deve se reunir na quarta-feira, mas poderia antecipar a decisão. Segundo militares israelenses, o Gabinete deve autorizar novos planos para atingir seu objetivo. Os reservistas já estão em suas bases, à espera de ordens, informou a rádio pública de Israel. As operações, segundo a imprensa local, se estenderiam até o Rio Litani, a 30 quilômetros da fronteira e, se for necessário, também chegarão ao norte do Litani. Olmert já antecipou que o governo "não vai segurar" os chefes militares. "Venceremos a guerra, mas o preço será terrível. Mas é preferível que isso aconteça agora, para não termos que enfrentar depois um inimigo com armas mais poderosas e decidido a concretizar o sonho do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, de varrer Israel do mapa", disse Olmert numa videoconferência com comunidades israelenses no exterior. Enquanto isso, continuavam nesta terça-feira os combates no povoado libanês de Bint Jbeil e em aldeias vizinhas. Soldados de infantaria do regimento Golani e do corpo de blindados enfrentaram a resistência dos milicianos. Fontes militares anunciaram que as forças israelenses sofreram baixas, mas não deram mais detalhes. Informaram ainda 12 mortes entre os milicianos, sem especificar as circunstâncias. Desde o começo dos combates terrestres, o número de milicianos mortos chega a 450, informou o chefe da área militar do norte de Israel, general Udi Adam. A rádio pública explicou que o governo de Olmert não aceitará um cessar-fogo sem a chegada de uma força multinacional que impeça o retorno do Hezbollah à fronteira com Israel. O governo israelense rejeita, embora não oficialmente, a proposta do primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, de levar 15 mil soldados do Exército do Líbano para vigiar a região de fronteira, com ajuda de forças da atual missão da ONU no país, a Unifil. Beirute exige antes um cessar-fogo e a retirada total do Exército israelense do Líbano. Os meios militares de Israel acreditam que, se isso acontecer, "o Hezbollah não demorará a retornar as suas posições junto à fronteira". O vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, disse à rádio pública que é preciso "dar uma lição ao Hezbollah, que entrou nesta guerra sem motivo algum e que não verá realizado seu sonho, o de quebrar o espírito dos israelenses". Peres acredita que a resolução para um cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU pode demorar duas semanas devido às mudanças que o Líbano e a Liga Árabe desejam introduzir no plano dos Estados Unidos e da França.

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