Tropas de Kadafi acirram confronto em cidade rebelde

Em carta, ditador líbio parabeniza deputados do Congresso americano que criticaram ofensiva de Obama no país

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TRÍPOLIAs forças do ditador líbio, Muamar Kadafi, retomaram com força os bombardeios contra cidade rebelde de Misrata. Ontem, ao menos 20 pessoas morreram e outras 80 ficaram feridas. A nova ofensiva foi feita no mesmo dia em que o Congresso americano apresentou uma carta supostamente escrita pelo ditador líbio, Muamar Kadafi, parabenizando os deputados pelas críticas à participação dos Estados Unidos nas operações na Líbia. Segundo os opositores de Misrata, cidade a 200 quilômetros de Trípoli, entre os mortos estão civis e rebeldes. As tropas de Kadafi lançaram foguetes, artilharia pesada e tanques. Os soldados estão concentrados na região de Dafnieh, a 35 quilômetros de Misrata.Desde 12 de maio, quando os rebeldes ocuparam o aeroporto de Misrata, a cidade não era atacada pelo governo. A nova ofensiva de Kadafi teve início na quarta-feira. Na quinta-feira, tropas da Otan aumentaram os ataques aéreos na região. A coalizão também manteve ontem os bombardeios contra alvos militares em Trípoli, bastião do regime líbio.O presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado americano, Carl Levin, afirmou após uma reunião com responsáveis do Pentágono que as forças de Kadafi foram "fortemente enfraquecidas" pela operação militar da Otan.Recado. Em uma carta enviada ao gabinete do presidente da Câmara, John Boehner, o ditador líbio saudou a "sabedoria" dos congressistas que não concordaram com a proposta do presidente Barack Obama de promover as operações militares."A história reconhecerá a sabedoria de seu país ao discutir tais problemas", afirmou Kadafi no documento que assinou, com o título de "Guia da Revolução". A autenticidade da carta não foi confirmada.Vários legisladores expressaram nos últimos dias divergências por Obama não ter apresentado as decisões sobre ações militares contra a Líbia para a aprovação do Congresso. A Câmara de Representantes aprovou, na semana passada, uma resolução pedindo que o presidente americano envie um relatório detalhado sobre a intervenção militar no país africano num prazo de 14 dias. Os senadores também planejam apresentar uma resolução semelhante.

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