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Tropas e manifestantes entram em confronto no Cairo

Por AE
Atualização:

Manifestantes e integrantes das Forças Armadas do Egito entraram em confronto no Cairo nesta sexta-feira. Os militares usaram canhões de água e gás lacrimogêneo contra manifestantes que jogavam pedras enquanto tentavam marchar até o Ministério de Defesa, local de um novo ciclo de violência na capital egípcia. Pela primeira vez durante a tempestuosa transição, desde a queda do presidente Hosni Mubarak, islamitas linha-dura estiveram na linha de frente dos confrontos de rua com as tropas, ação que representa uma mudança de atitude de grupos que anteriormente permaneciam fora dos confrontos diretos com os militares. Os confrontos se centraram ao redor de uma manifestação pacífica que há uma semana é realizada numa praça a alguns quarteirões do Ministério da Defesa, da qual participam principalmente os ultraconservadores, conhecidos como salafistas, que protestam contra a desqualificação de seus candidatos favoritos à eleição presidencial. Mais cedo nesta sexta-feira, milhares de manifestantes se reuniram na praça Tahrir, centro do Cairo, dentre eles integrantes da poderosa Irmandade Muçulmana, salafistas e membros de movimentos de esquerda. Eles exigem que os generais entreguem o poder aos civis e advertiram sobre possíveis fraudes eleitorais durante a eleição presidencial, marcada para começar em 23 de maio. Durante a tarde, parte desses manifestantes marcharam em direção do Ministério da Defesa, a quilômetros de distância, no bairro de Abbasiyah. Os confrontos tiveram início quando os manifestantes em Abbasiyah tentaram passar pelo arame farpado que bloqueava o acesso à rua que dá acesso ao prédio do ministério. As tropas usaram canhões de água contra os manifestantes e jogaram pedras para impedir que avançassem. Os manifestantes se abrigaram e laçaram as pedras de volta. Outros subiram no telhado de uma universidade próxima. Os militares então lançaram gás lacrimogêneo e afastaram os manifestantes, que atearam fogo a latas de lixo . Após várias horas, as tropas invadiram o acampamento dos manifestantes e os expulsou da área com o uso de veículos blindados. O Ministério da Saúde informou que havia oito manifestantes feridos, mas os serviços de ambulância disseram que levaram pelo menos 40 pessoas para os hospitais. As informações são da Associated Press.

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