PUBLICIDADE

Tropas israelense deixam Ramallah

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de seis horas, o Exército israelense deixou na manhã desta quinta-feira a cidade palestina de Ramallah, na Cisjordânia, que foi invadida na noite de quarta-feira, informaram fontes da segurança palestina. Mais de 50 tanques, carros de tropas blindados e seis escavadeiras entraram na cidade e cercaram o quartel-general do líder palestino Yasser Arafat. Um guarda palestino foi morto e pelo menos outros sete ficaram feridos na incursão, que também destruiu o prédio onde funcionava o serviço de inteligência palestino. Arafat estava no prédio, mas saiu ileso. A operação israelense começou após o atentado com carro-bomba que ocorreu na manhã de quarta-feira, em Meggido, norte de Israel, onde 17 pessoas morreram, na maioria soldados, e outras 37 ficaram feridas. Segundo uma fonte militar citada pela rádio pública israelense, o ataque contra Ramallah deve ser interpretado como "uma advertência à Autoridade Palestina que é diretamente responsável pelos atentados terroristas". Um alto funcionário da Casa Branca, nos Estados Unidos, disse que Israel não tinha "luz verde" para atacar Ramallah e considerou a ofensiva militar um obstáculo para as negociações de paz. Assim que os tanques israelenses deixaram a cidade, o líder Yasser Arafat saiu de seu QG fazendo o sinal da vitória e afirmando que "as operações do Exército israelense só aumentam a determinação do povo palestino" em sua luta contra a ocupação. Arafat pediu à comunidade internacional que veja o resultado do que chamou de "os atos fascistas de hoje". O líder palestino, que foi aclamado por centenas de seguidores, afirmou que "nada fará o povo palestino desistir" em nossa luta. Enfurecido, ele sentenciou: "Algumas pessoas foram mortas, outras feridas, mas continuaremos firmes, firmes, firmes, até a morte". Arafat disse que Israel está tentando matá-lo. No ataque, o exército israelense explodiu três prédios do complexo do líder palestino. Uma bomba disparada a partir de um tanque chegou a 1,5 metro de sua cama, deixando um buraco na parede que divide seu dormitório de um banheiro. Apontando para o entulho sobre sua cama, ao espelho e azulejos quebrados, Arafat disse: "Eu deveria ter dormido aqui nesta noite, mas tive trabalho para fazer no andar de baixo. É claro que eles (os israelenses) sabiam onde eu estaria. Todos conhecem meu dormitório", acrescentou. O porta-voz do exército de Israel, capitão Jacob Dallal, disse que Arafat não era o alvo da operação. Leia o especial

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.