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Tropas sírias matam 14 em mais um dia de protestos

Milhares de pessoas foram às ruas da Síria pedir democracia após apelos de EUA e UE

Atualização:

AMÃ - Forças sírias mataram 14 manifestantes nesta sexta-feira, disseram ativistas, apesar da promessa do presidente Bashar al Assad de interromper a repressão militar aos dissidentes. Estimulados pelos apelos dos EUA e da União Europeia a favor da renúncia de Assad, milhares de pessoas foram às ruas da Síria pedir democracia.

 

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Os incidentes mais graves desta sexta-feira ocorreram na província de Deraa, no sul, berço da rebelião contra Assad, iniciada em março. "Temos os nomes de quatro manifestantes confirmadamente mortos em Inkhil, e relatos de disparos intensos das forças de segurança contra manifestações na zona rural de Deraa", disse à Reuters o importante ativista local Abdallah Aba Zaid.

 

O advogado Thamer Jahamani afirmou que outras duas pessoas foram mortas e dezenas feridas por soldados numa manifestação na localidade de Hirak.

A Síria expulsou a maior parte da imprensa estrangeira do país, por isso é difícil verificar os relatos vindos de lá. Investigadores da ONU dizem que as forças de Assad podem ter cometido crimes contra a humanidade na repressão aos protestos dos últimos meses.

As preces da sexta-feira ao meio-dia, as mais importantes da semana para os muçulmanos, têm dado origem às maiores manifestações na Síria - e consequentemente aos incidentes mais violentos. Na semana passada, 20 pessoas foram mortas durante protestos em que a multidão, desafiadora, gritava: "Só para Deus nos ajoelhamos."

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Assad disse nesta semana ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que havia ordenado o fim das operações de suas forças de segurança contra os manifestantes. Mas ativistas disseram que os soldados continuam atirando.

"Talvez Bashar al Assad não considere a polícia como 'forças de segurança'", disse uma testemunha na cidade de Hama, onde policiais usaram metralhadoras, na noite de quinta-feira, para impedir um protesto.

A TV estatal síria disse que homens armados atacaram um posto policial na província de Deraa, matando um policial e um civil, e ferindo dois outros.

Imagens colocadas na internet dos protestos desta sexta-feira sugerem que, embora disseminadas, as manifestações estão menores do que no seu auge, em julho, antes de Assad enviar tanques e soldados para ocuparem várias cidades.

Além de pedir a renúncia de Assad, os EUA impuseram na quinta-feira novas sanções ao regime da Síria, um país estratégico, pois faz fronteira com Israel, Líbano, Iraque, Jordânia e Turquia, além de ser aliado do Irã.

Já a Rússia, que resiste aos apelos ocidentais pela imposição de sanções da ONU a Damasco, disse nesta sexta-feira que é contra a pressão pela renúncia de Assad, pois acha que ele precisa de mais tempo para implementar reformas.

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