17 de maio de 2011 | 09h56
DAMASCO - Agentes do governo sírio perseguiram e agrediram nesta terça-feira, 17, estudantes que se manifestavam contra o presidente Bashar Assad em um câmpus no norte do país. Dezenas de pessoas ficaram feridas, afirmou Mustafa Osso, um ativista pelos direitos humanos. Ele disse que agentes tentaram interromper o protesto de cerca de 2 mil pessoas no câmpus em Alepo, maior cidade da Síria.
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Osso afirmou que muitos estudantes chegaram a ser perseguidos em seus dormitórios e foram bastante agredidos. Já ocorreram vários protestos contra o regime nesta universidade nas últimas semanas.
Também hoje, ativistas sírios usaram o Facebook para convocar para amanhã uma greve geral por toda a Síria a fim de protestar contra a repressão. Segundo Osso, as forças de segurança também dispersaram uma manifestação ontem com cerca de 3 mil pessoas em Homs, no centro do país.
Organizações pelos direitos humanos da Síria estimam que a repressão de Assad já tenha matado mais de 850 pessoas, desde o início dos protestos em meados de março. O regime usa uma força militar brutal para reprimir a revolta sem precedentes, a mais séria ameaça às quatro décadas da família presidencial no comando do país.
Osso é chefe da Organização Curda pela Defesa dos Direitos Humanos e das Liberdades Públicas na Síria. Segundo ele, há poucas informações sobre Talkalakh, cidade do oeste onde há um cerco das forças de segurança desde a última quinta-feira. Pelo menos 16 pessoas, oito delas membros da mesma família, foram mortas nos últimos dias em Talkalakh, cidade de 70 mil pessoas, segundo testemunhas e ativistas. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.
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