WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, fez um ataque contundente em sua conta no Twitter no início desta quinta-feira, 15, em reação a uma reportagem do jornal The Washington Post. A publicação diz que ele está sendo investigado por um conselheiro especial, que analisa a suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 e um possível conluio com a campanha de Trump, em razão de uma possível obstrução de Justiça.
"Eles inventaram um conluio fajuto com a reportagem dos russos, encontraram zero provas, então agora tentam a obstrução da Justiça na reportagem fajuta. Bacana", escreveu o presidente no Twitter.
Na véspera, o Washington Post, citando autoridades não identificadas, noticiou que o conselheiro especial Robert Mueller está investigando Trump em razão de uma possível obstrução da Justiça.
Mueller lidera o inquérito sobre a Rússia desde que foi indicado pelo vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, no Departamento de Justiça, que supervisiona o FBI (Polícia Federal americana). Na semana passada, o ex-diretor do FBI James Comey disse ao Congresso que acredita ter sido demitido por Trump para minar a investigação da agência a respeito de Moscou.
O inquérito sobre a suposta obstrução da Justiça de Trump teve início dias depois de Comey ser despedido, no dia 9 de maio, de acordo com pessoas com conhecimento no assunto, segundo o Washington Post.
Acusações
O advogado de Trump, Marc Kasowitz, disse que o FBI está por trás da notícia do Post e qualificou o vazamento de "indigno, indesculpável e ilegal", mas não desmentiu a versão. Mueller relatou seu trabalho a um grupo de senadores. "Devo admitir que mantivemos uma reunião com o procurador independente Mueller, mas não vou falar do conteúdo", disse à imprensa o democrata Mark Warner, que integra a Comissão de Inteligência do Senado.
A titular do Partido Republicano, Ronna McDaniel, considerou as acusações infundadas e avaliou que "não mudarão nada". "Não há provas de obstrução e antigos e atuais líderes da comunidade de inteligência têm dito, repetidas vezes, que não houve esforços para impedir a investigação de qualquer forma. Os contínuos vazamentos ilegais são o único crime que estão cometendo aqui", afirmou ele. / REUTERS e AFP