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Trump cancela viagem de seu secretário de Estado à Coreia do Norte

Presidente americano afirma que não há progresso suficiente em relação à desnuclearização da Península Coreana e critica China

Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu nesta sexta-feira a seu secretário de Estado, Mike Pompeo, que cancele a viagem à  Coreia do Norte, que estava programada para a próxima semana.

À esquerda, Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un. Ela acompanhou a assinatura da declaração conjunta entre EUA e Coreia do Norte. Do lado esquerdo, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

"Sinto que não estamos fazendo progresso suficiente em relação à desnuclearização da Península Coreana”, escreveu Trump em uma série de posts em sua conta no Twitter."

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Trump também escreveu que, como a posição americana com a China “está mais dura” na questão comercial, na opinião dele Pequim não “está ajudando nesse processo de desnuclearização como estava anteriormente”, mesmo com sanções da Organização das Nações Unidas em vigor contra Pyongyang. 

“O secretário Pompeo está ansioso para ir à Coreia do Norte em um futuro próximo, provavelmente depois que nosso relacionamento comercial com a China esteja resolvido”, escreveu Trump. “Enquanto isso, gostaria de enviar meus mais sinceros cumprimentos e respeito ao presidente Kim. Estou ansioso para vê-lo em breve!”

Com muitos analistas esperando que o relacionamento com a China piore, Trump definiu um alto nível de exigência em relação aos norte-coreanos para retomar as negociações. Ao mesmo tempo, ele deixou a porta aberta para uma reunião entre ele e Kim – o tipo de encontro que Trump poderia usar para romper um impasse.

Armas nucleares

Imagens de satélites divulgadas na semana passada indicam que a Coreia do Norte parou com as atividades para desmontar uma instalação de testes de motores de mísseis, apesar da promessa de Kim na cúpula.

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Essa seria a quarta viagem de Pompeo neste ano com o objetivo de convencer a Coreia do Norte a abandonar seu programa de armas nucleares, que ameaça os Estados Unidos. Em julho, Pompeo esteve em Pyongyang para discutir detalhes do desmantelamento de instalações nucleares do país.

Ele se encontrou com o chanceler norte-coreano, Ri Yong-ho, e Kim Yong-chol, braço direito de Kim. Foi a segunda visita de Pompeo desde a inédita cúpula em junho entre Trump e Kim, em Cingapura, quando os dois líderes assinaram uma declaração em que o regime norte-coreano se comprometeu em trabalhar pela “desnuclearização total” do país se Washington garantir sua sobrevivência. A decisão foi um golpe para Pompeo, que na quinta-feira anunciara o executivo da Ford Stephen Biegun como representante especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte.

Ao sul da península. Na Coreia do Sul, no início do mês, o presidente Moon Jae-in delineou planos para uma ampla cooperação econômica com o Norte, incluindo zonas econômicas conjuntas na fronteira e uma rede ferroviária. Moon também disse que abriria um escritório diplomático na Coreia do Norte este ano.

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Moon tentou afastar as preocupações da oposição conservadora de que seu governo estaria se movendo rápido demais na abertura com o Norte, que ainda não começou a desmantelar seu programa de armas nucleares, criando uma ruptura potencial com Washington. 

Em um discurso, Moon disse que a Coreia do Sul não deveria ficar em segundo plano na resolução de disputas entre o Norte e o governo Trump. “É importante reconhecer que somos os protagonistas das questões relacionadas à Península Coreana”, disse. “Os desenvolvimentos nas relações intercoreanas não são consequência dos progressos nas relações entre o Norte e os EUA.” . / W. POST, AFP, AE e REUTERS 

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