WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou neste sábado, 23, o fim do "califado" proclamado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e prometeu que os Estados Unidos permanecerão "alertas" à principal organização jihadista do mundo. A manifestação do presidente acontece após combates que derrubaram os últimos jihadistas que resistiam na cidade síria de Al Baghuz.
"Eu me alegro ao anunciar que, junto com os nossos parceiros da coalizão internacional contra o EI, os Estados Unidos libertaram todo o território controlado pelo EI na Síria e no Iraque, 100% do califado. Em algumas ocasiões estes covardes ressurgirão. Perderam todo o prestígio e poder. São perdedores e sempre serão", afirmou o governante em comunicado divulgado pela Casa Branca.
Trump argumentou que a perda de território do EI "é mais uma prova da falsa narrativa" do grupo que, segundo o presidente americano, tenta legitimar atos selvagens como execuções "brutais", exploração de crianças como soldados, abusos sexuais e assassinatos de mulheres e crianças.
"Para todos os jovens na internet que acreditam na propaganda de EI, vocês vão morrer caso se unam a eles", alertou.
Na mesma nota, Trump ressaltou que os EUA continuarão a monitorar o EI e liderar operações internacionais para combater a organização terrorista. "Nós permaneceremos alertas até que o EI seja finalmente derrotado, onde quer que seja", disse o presidente em comunicado.
Depois de ter tomado extensas regiões da Síria e do Iraque, o EI proclamou um "califado" em um território do tamanho do Reino Unido em junho de 2014, no qual estabeleceu sua própria administração, arrecadou impostos e lançou uma campanha de propaganda para atrair para estrangeiros.
"Continuaremos trabalhando com nossos parceiros e aliados para achatar totalmente os terroristas islâmicos radicais", acrescentou Trump.
As milícias curdas que enfrentavam o grupo jihadista em Al Baghuz anunciaram o esperado final do domínio territorial do EI na manhã deste sábado, após o término dos combates que adentraram a noite de sexta-feira nesta pequena população rural perto da fronteira com o Iraque.
O anúncio do fim do Estado Islâmico não era segredo, já que o governo dos EUA, que apoia as milícias curdas com tropas no local, se adiantou aos fatos e proclamou a vitória na própria sexta-feira, enquanto seus caças bombardeavam as cavernas nas quais se refugiavam os últimos combatentes do califado.
Os milicianos das Forças da Síria Democrática (FSD), aliança armada composta por curdos e árabes, comemoraram a conquista de Al Baghuz içando a sua bandeira amarela, na qual se sobressai um mapa da Síria, nas terraços dos edifícios danificados. / EFE e AFP