WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta sexta-feira, 9, que os jornalistas mostrem respeito na "sagrada" Casa Branca e, momentos depois, se negou a responder uma pergunta que considerou "estúpida".
Antes desse episódio, o último enfrentamento entre o presidente e jornalistas que cobrem seus compromissos aconteceu na quarta-feira, quando Trump afirmou que Jim Acosta, da CNN, era uma "pessoa terrível" e ordenou a retirada da permissão para que ele trabalhe dentro da Casa Branca.
No incidente desta sexta-feira, Abby Phillip, também da CNN, perguntou se o presidente queria que seu novo secretário de Justiça interrompesse a investigação sobre o possível conluio de sua campanha eleitoral, em 2016, com agentes russos. A questão voltou às manchetes em Washington desde quarta-feira, quando Trump demitiu abruptamente Jeff Sessions e nomeou Matthew Whitaker, um feroz crítico da investigação russa, para substituí-lo como secretário de Justiça.
Opositores acusaram Trump de colocar um aliado que tentará amordaçar a investigação do promotor especial Robert Mueller. Em entrevista antes de partir para um evento em Paris para comemorar o fim da 1º Guerra , o presidente se recusou a responder a Abby. "Que pergunta mais estúpida, que pergunta mais estúpida. Eu te assisto muito. Você faz muitas perguntas estúpidas", disse Trump, apontando para a repórter antes de partir.
Depois, ele comentou o assunto para outros repórteres e rejeitou que a nomeação Whitaker seja uma manobra para acabar com a investigação. "Não falei com Whitaker sobre este assunto", disse Trump.
O presidente também disse que não conhecia Whitaker pessoalmente e que sua nomeação se deve exclusivamente à inteligência e à "grande reputação" entre as forças de segurança americanas. "É um homem muito pronto e muito respeitado na comunidade das Forças de Segurança (...). Me disseram que tem uma grande personalidade e isso é o que necessitamos", acrescentou.
Trump também defendeu sua decisão de proibir o acesso de Acosta à Casa Branca depois da discussão dos dois na quarta-feira, qualificando o astro da CNN como "um cara muito pouco profissional".
Ao ser questionado sobre a duração da punição ao jornalista, Trump disse que ainda não decidiu e que a sanção, bastante incomum em Washington, poderia ser aplicada a outros jornalistas. "Poderia haver outros (jornalistas suspensos)", ameaçou.
O republicano diz que sua relação ruim com a imprensa é culpa dos jornalistas, que não mostram respeito suficiente por seu governo.
"A Casa Branca é um lugar muito sagrado para mim. É um lugar muito especial", afirmou o presidente americano. "Devem tratar a Casa Branca com respeito. Devem tratar a presidência com respeito." / AFP e EFE