Trump diz que Alemanha é ‘prisioneira’ de Moscou por dependência de energia russa

Durante reunião com secretário-geral da Otan, presidente americano se referiu ao compromisso do governo alemão com o gasoduto Nord Stream II e afirmou que ‘isso não é normal’

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BRUXELAS - O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou nesta quarta-feira, 11, a Alemanha e disse que o país é “prisioneiro” da Rússia por sua dependência do gás russo. “A Alemanha é prisioneira da Rússia porque recebe muito de sua energia”, afirmou o republicano durante uma reunião bilateral com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, horas antes de uma cúpula com os 29 líderes da Aliança.

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Durante reunião, Trump se referiu ao compromisso do governo alemão com o gasoduto Nord Stream II Foto: Dmitry Lovetsky / AP

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Pouco depois, a chefe do governo alemão, Angela Merkel, defendeu o direito de seu país de tomar suas próprias decisões. "Eu mesma experimentei uma parte da Alemanha controlada pela URSS. Estou muito satisfeita que hoje estejamos unidos em liberdade como República Federal da Alemanha e que, portanto, também possamos (...) tomar decisões independentes", disse ela ao chegar à cúpula da Otan, em Bruxelas.

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Trump, que após a reunião da Otan se encontrará com o líder russo, Vladimir Putin, em Helsinque, se referiu ao compromisso do governo alemão com o gasoduto Nord Stream II. “Isso não é normal”, disse ele.

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“Eles pagam milhões de dólares à Rússia e temos de defendê-los da Rússia”, afirmou o presidente americano, que reiterou ainda suas críticas com relação ao gasto militar alemão, que considera insuficiente.

Trump também criticou a Alemanha por seu superávit comercial e ameaçou, como a União Europeia, impor tarifas mais altas sobre seus veículos.

As declarações do republicano foram feitas antes da cúpula da Otan, na qual o gasto militar nacional dos aliados deve ser o principal assunto. Trump insiste que seus parceiros cumpram a meta de 2% do PIB destinado ao setor, como foi definido em 2014.

Os EUA, cujo orçamento militar alcança 3,5% do PIB e cujas contribuições diretas à Otan representam 22% do total, criticaram anteriormente o corte no departamento de defesa que seus aliados fizeram em plena crise econômica.

“Os EUA estão pagando muito” e “não é justo para os contribuinte americanos”, já que “alguns países não pagam o que deveriam”, disse Trump em sua reunião com Stoltenberg, a quem ressaltou que “algo deveria ser feito”. / AFP

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