Trump é vaiado em velório de juíza da Suprema Corte

'Honre o desejo dela', gritaram manifestantes se referindo ao pedido de Ginsburg para que a nomeação de outro juiz em seu lugar ocorresse após as eleições

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Por Redação
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WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, compareceu ao velório da juíza Ruth Bader Ginsburg na manhã desta quinta-feira, 24, permanecendo em silêncio ao lado do caixão no prédio da Suprema Corte, após receber vaias e manifestações de reprovação das pessoas presentes, conta o New York Times.

De máscara, algo incomum ao presidente, e de gravata azul, em vez da tradicional vermelha (cor do Partido Republicano), Trump parou diante do caixão, fechando os olhos por vezes. Mas o silêncio foi quebrado por vaias e gritos de manifestantes.

Trump e Melania comparecem ao velório de Ginsburg na Suprema Corte Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

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"Honre o desejo dela", gritaram alguns, se referindo ao pedido de Ginsburg para que seu substituto não fosse confirmado "até um novo presidente tomar posse". Trump deve anunciar sua indicação neste sábado.

Outros gritaram "Vote pela saída dele!". Não ficou claro, porém, se Trump e sua mulher, Melania, que se juntou a ele, podiam ouvir o barulho, claramente audível na televisão. Eles ficaram por menos de dois minutos no local.

Também estavam com eles o chefe de gabinete do governo, Mark Meadows, e o conselheiro de segurança nacional, Robert C. O’Brien. Ambos usavam máscaras e baixaram a cabeça com os olhos fechados em sinal de respeito diante do caixão da juíza Ginsburg, cujo corpo está sendo velado no prédio da Suprema Corte desde quarta.

Eleição

Na quarta-feira, Trump disse acreditar que a eleição de 2020 terminará na Suprema Corte e, por isso, seria importante ter o quadro completo de nove magistrados, de modo a não haver risco de um empate caso o máximo tribunal do país seja obrigado a decidir o destino da votação.

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Em um evento na Casa Branca, ele voltou a lançar dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral, dizendo sem apresentar provas que a ampliação do voto pelo correio por causa da pandemia da Covid-19 levaria à fraude.

Trump também se recusou a confirmar que está comprometido com uma transição pacífica de poder caso seja derrotado.

A hipótese de que a Suprema Corte defina o resultado da eleição pode se concretizar se o resultado da votação em algum dos Estados do país não for reconhecido por um dos partidos, como aconteceu em 2000, quando o republicano George W. Bush garantiu sua vitória no Colégio Eleitoral sobre o democrata Al Gore.

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