WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou o México e suas "fortes leis migratórias" por ter dissolvido a "caravana" de imigrantes centro-americanos, de maneira que se evitou uma "cena gigantesca na fronteira".
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"A Caravana está dissolvida em grande medida graças às fortes leis migratórias do México e a sua vontade de usá-las de maneira a não causar uma gigantesca cena na fronteira", escreveu Trump em sua conta no Twitter.
O presidente acrescentou que "graças à atuação da Administração Trump os cruzamentos na fronteira estão em um nível não visto há 46 anos, embora continue sendo inaceitável". "Vamos parar as drogas!", disse o presidente americano em seu tuíte.
Na quarta-feira, Trump assinou uma ordem para posicionar "o mais rápido possível" um número não determinado de militares da Guarda Nacional na fronteira com o México, em uma tentativa de mostrar força ao que considera um aumento intolerável da imigração ilegal.
Desde domingo, o presidente vem falando sobre esta caravana, depois que seu programa de televisão favorito, o "Fox&Friends", se referiu a uma caravana de centenas de imigrantes centro-americanos que percorria o México em direção aos EUA.
Trump chegou a ameaçar o México de cancelar o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) e Honduras de retirar a ajuda externa para o país se não parassem a caravana.
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Dissolução
A "Via-Crúcis Migrante" começou a se dispersar nesta quinta no sul do México, onde os centro-americanos se preparavam para ir por sua própria conta de ônibus e até a pé para o centro do México.
Dos mais de mil migrantes que chegaram desde o fim de semana passado à comunidade Matías Romero, no Estado de Oaxaca, restavam apenas algumas centenas, depois que muito tomaram seu caminho à noite e ao longo da madrugada.
Um ônibus partiu por volta das 4 horas (6 horas em Brasília) para o Estado de Puebla, onde os migrantes serão assessorados por advogados para determinar se são candidatos a receber asilo no México ou nos EUA.
Às 9 horas (11 horas em Brasília), chegou outro ônibus que vendia passagens até para quem quisesse ir sentado no corredor do veículo.
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A caravana começou em 25 de março de Tapachula, na fronteira com a Guatemala. Os migrantes centro-americanos que a integram receberam do Instituto Nacional de Migração (INM) dois tipos de permissão de estada.
Uma, por 20 dias, foi entregue aos que quisessem deixar o país. Outra, de 30 dias, para aqueles que buscam e são candidatos a iniciar o pedido de refúgio no México, especialmente os que viajam com crianças.
Essa via-crúcis, que tinha como intenção inicial chegar aos Estados Unidos, acontece desde 2010 para dar visibilidade à dramática passagem dos centro-americanos pelo México em seu desejo de chegar à fronteira norte.
Os organizadores da caravana anunciaram que desistiam de chegar aos Estados Unidos e que terminariam o trajeto na capital mexicana. Garantiram, porém, que não receberam pressões do INM para dissolver o grupo. / EFE e AFP