WASHINGTON - Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente americano, Donald Trump, e o ex-chefe de sua campanha Paul Manafort serão ouvidos por uma comissão do Senado na próxima semana como parte da investigação sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições de 2016 nos Estados Unidos.
Estão previstos os depoimentos de Trump Jr. e de Manafort ao Comitê Judicial do Senado às 10 horas (11 horas em Brasília) da próxima quarta-feira.
Os dois participaram da polêmica reunião com uma advogada russa, no ano passado, que teria prometido entregar material comprometedor obtido por Moscou envolvendo a adversária democrata de Trump nas eleições, Hillary Clinton.
No dia 11, Trump Jr. divulgou uma série de e-mails na qual ele escreve que adoraria receber dados do Kremlin para incriminar a candidata democrata na última eleição. As mensagens foram publicadas na conta de Trump Jr. no Twitter horas depois de ele ter sido alertado pelo New York Times de que o jornal publicaria os documentos.
As mensagens mostram conversas de Trump Jr. com o relações-públicas britânico Rob Goldstone – ligado ao músico russo Emin Agalarov, filho do magnata Aras Agalarov. Os dois tiveram negócios com Trump na Rússia, tanto na produção da versão local do programa O Aprendiz quanto nos planos para a construção de uma Trump Tower no país.
Quatro dias depois da troca de e-mails, Goldstone propõe um encontro em Nova York com “uma advogada do governo russo”. Trump Jr. concorda com o encontro e avisa que estarão presentes o genro de Trump, Jared Kushner, hoje assessor da Casa Branca, e o então diretor da campanha republicana, Paul Manafort. A reunião ocorreu em 9 de junho, com a advogada russa Natalia Veselnitskaya.
A advogada disse que está disposta a testemunhar perante o Senado americano sobre este caso "absurdo". "Se o Senado quiser ouvir a verdadeira história, estou mais do que disposta a contar tudo" sobre seu encontro com o filho mais velho do presidente americano, em junho de 2016, em Nova York, afirmou Natalia ao canal de televisão russo RT. "Estou disposta a testemunhar, se minha segurança for garantida", disse. Ela nega ter vínculos com o Kremlin.
Ela assegura que durante o encontro discutiu sobre a adoção de crianças russas e a lei americana Magnitsky - em homenagem ao advogado russo Serguei Matnitsky, morto na prisão após ter denunciado um escândalo financeiro na Rússia -, que prevê sanções econômicas contra funcionários russos suspeitos de violações dos direitos humanos. / AFP