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Trump desiste de viajar em busca de votos e chama eleitores para comício na Casa Branca

Mesmo infectado com covid e apesar das críticas, presidente americano fará discurso de uma das sacadas da residência oficial

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Mesmo diagnosticado com covid-19, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 9, que irá fazer um comício para centenas de pessoas no gramado sul da Casa Branca neste sábado, 10. Este será o primeiro evento com participação presencial de Trump desde quando o presidente anunciou que havia contraído o novo coronavírus.

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De acordo com aliados, o presidente discursará de uma das sacadas da residência oficial. “Ele está pronto para fazer campanha. Ele quer falar com o povo americano”, disse sua porta-voz, Kayleigh McEnany, também infectada.

O presidente americano também marcou um comício na Flórida, na próxima segunda-feira, 12. Trump pretendia retomar sua agenda de viagens de campanha e grandes comícios neste fim de semana. No entanto, após críticas de especialistas, ele voltou atrás.

Donald Trump não deve retomar campanha neste final de semana Foto: Saul Loeb/AFP

Atrás nas pesquisas, o presidente corre contra o tempo e está ansioso para voltar à campanha. A 25 dias da eleição, segundo o site Five Thirty Eight, que faz uma estimativa com base em várias sondagens, Biden tem uma vantagem de 10 pontos porcentuais.

Nesta sexta-feira, o candidato democrata fez campanha no Estado de Nevada e continuará a percorrer o país, se aproveitando do isolamento de Trump na Casa Branca.

Risco político

Assessores do republicano ouvidos pelo New York Times temem que o evento na Casa Branca seja mais um revés para o presidente, que tem sido criticado por minimizar a gravidade da pandemia, que já matou 210 mil americanos e contaminou muitos de seus aliados e funcionários da Casa Branca. 

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Seria a segunda vez que Trump usaria a residência oficial para um evento partidário – o discurso em que ele aceitou a indicação do Partido Republicano para concorrer à reeleição também ocorreu no mesmo lugar, algo incomum na política americana. 

O comício acontecerá duas semanas após uma celebração pela indicação da juíza Amy Coney Barrett para a Suprema Corte nos jardins da Casa Branca e apontada por funcionários como a possível fonte de um surto do novo coronavírus que infectou Trump, a primeira-dama, Melania, e mais de 20 outras pessoas que estiveram no evento.

Anthony Fauci, principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, que coordena a resposta do governo contra a pandemia, disse nesta sexta-feira à CBS News Radio que o evento da Casa Branca “espalhou” o vírus, lembrando que as pessoas se aglomeraram sem usar máscaras, algo que tem sido habitual nos eventos do presidente Trump.

Cancelamentos

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Nesta sexta-feira, o próximo debate entre Trump e Biden, que aconteceria no dia 15 de outubro, foi cancelado. Não foi um caso único. Na Carolina do Sul, o debate entre o democrata Jaime Harrison e o republicano Lindsey Graham – candidatos ao Senado – também foi desmarcado depois que o republicano, um aliado próximo de Trump, se recusou a fazer um teste de covid-19. 

A Carolina do Sul sempre foi um reduto do Partido Republicano, mas a disputa pela vaga de senador, que parecia mera formalidade para Graham, está surpreendentemente apertada, com os dois candidatos empatados, de acordo com pesquisas. O fato de uma eleição estar sendo disputada voto a voto em um Estado conservador, segundo analistas, mostra como Trump vem prejudicando outros candidatos republicanos ao Congresso.

Nesta sexta-feira, Ted Cruz, um dos republicanos mais conservadores do Senado, disse que o partido pode ter de enfrentar nas urnas um “banho de sangue” histórico. “Estou preocupado”, disse Cruz. “As pessoas estão insatisfeitas, irritadas, deprimidas e desistiram de ter esperança. Nós corremos o risco de perder a presidência e as duas Casas do Congresso, o que seria um banho de sangue das proporções de Watergate.” Em 1976, após o escândalo que derrubou o presidente republicano Richard Nixon, os democratas voltaram à Casa Branca e obtiveram a maioria na Câmara dos Deputados e no Senado. / NYT, WP e REUTERS

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