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Trump promove festa da independência e critica protestos antirracistas

Segundo Trump, os manifestantes estavam tentando apagar a história dos EUA. "Não se enganem, esta revolução cultural de esquerda foi projetada para derrubar a revolução americana", disse

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Por Redação
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WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez duras criticas as “multidões raivosas” que tentaram derrubar estátuas de líderes confederados e outras figuras históricas. Segundo Trump, os manifestantes estavam tentando apagar a história dos EUA. "Não se enganem, esta revolução cultural de esquerda foi projetada para derrubar a revolução americana", disse.

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Donald Trump iniciou nesta sexta-feira, 3, as comemorações do dia da independência com um foguetório em Monte Rushmore, diante das efígies de ex-presidentes esculpidas na rocha, onde promoveu uma festa para milhares de pessoas em Washington.

Durante o discurso, Trump falou sobre os debates em torno dos símbolos do país, como as estátuas de escravocratas, alvos de centenas de protestos e alertou que as manifestações sobre a desigualdade racial na sociedade americana ameaçavam os fundamentos do sistema político dos EUA. “Uma campanha destinada a apagar a nossa história, difamar nossos heróis, suprimir nossos valores e doutrinar nossos filhos. As escolas ensinam às nossas crianças a odiar o seu próprio país”, acusou Trump.  O presidente disse ainda que os estadunidenses são “fortes” e “orgulhosos”. 

Trump discursou no local onde estão esculpidos os rostos de quatro de seus antecessores: George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln Foto: Tom Brenner/REUTERS

Trump se dirigiu a uma multidão que gritava por “mais quatro anos”, a maioria sem máscaras, como defensor da “integridade” do país. “Diremos a verdade como é, sem pedir desculpas: os Estados Unidos da América são o país mais justo e excepcional que já existiu na Terra”, disse ele.  Pouco antes da chegada de Trump ao local, a imprensa americana divulgou que uma das maiores apoiadoras do presidente, Kimberly Guilfoyle, testou positivo para o novo coronavírus. Ela é namorada de Donald Trump Jr, filho do líder americano, e estava na Dakota do Sul para presenciar o discurso de Trump. Kimberly foi testada como parte de um protocolo para todas as pessoas que possam entrar em contato direto com o presidente. Ao receber o resultado, Kimberly foi isolada. Donald Trump Jr testou negativo, mas também vai se isolar e cancelar todas as aparições públicas. 

Nesta sexta-feira, 3, os EUA superaram pelo terceiro dia consecutivo o recorde de novas notificações de coronavírus: em 24 horas, foram mais de 57.683 infectados, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins. É a quarta vez nesta semana que os EUA registram recorde de contágios diários, com mais de 42 mil na segunda-feira, mais de 52 mil na quarta e 53.069 na quinta.

O Presidente dos EUA Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump participaram das celebrações com fogos de artifício no Dia da Independência dos EUA no Monte Rushmore no Dakota do Sul no Monte. Foto: REUTERS/Tom Brenner

Juntos, Arizona, Califórnia, Florida e Texas são responsáveis por quase 30 mil novas contaminações por dia. Ao todo, segundo o Washington Post, 11 Estados entram no feriado deste fim de semana com recorde diário de infecções. 

Em 40 dos 50 Estados americanos, a curva de novos casos cresce, em vez de diminuir, de acordo com levantamento do New York Times. Nas últimas duas semanas, o total de novas contaminações cresceu 90%. O governo americano garante que o avanço da pandemia é causado pelo aumento no número de testes e indicam como razão do otimismo a taxa de mortalidade, que vem se mantendo estável. 

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Os participantes assistem ao presidente dos EUA, Donald Trump, discursando durante ascelebrações no Dia da Independência dos EUA no Monte Rushmore, no Dakota do Sul. Foto: REUTERS/Tom Brenner

Especialistas, no entanto, dizem que, apesar do aumento no número de testes, a quantidade proporcional de resultados positivos para covid-19 vem crescendo. No Texas, por exemplo, a positividade aumentou de 5% para cerca de 15% em uma semana. Outra preocupação é com o aumento no índice de internações, que cresce rapidamente em vários Estados e coloca em risco a capacidade dos hospitais.

O vice-almirante Jerome Adams, espécie de conselheiro da presidência para assuntos de saúde pública, explicou que o número de mortes é menor, possivelmente, porque a faixa etária dos infectados caiu. Se no início da pandemia a maioria dos contaminados tinha mais de 60 anos, agora eles têm em média 35 anos – e correm menos risco. 

“Mas é preciso cautela”, disse Adams ao programa Fox & Friends, um dos favoritos de Trump. “Sabemos que as mortes ocorrem duas semanas depois do aumento das contaminações.” Além disso, a preocupação, segundo ele, é que esses jovens sirvam de vetor para contaminar os pais ou os avós.

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Neste sábado, Trump e a primeira-dama Melania promovem uma festa batizada de “Saudação à América”, diante da Casa Branca, para milhares de pessoas. A organização pretende distribuir 300 mil máscaras – embora não esteja claro se o uso será obrigatório. Os organizadores prometeram uma queima de fogos de artifício e acrobacias aéreas dos esquadrões Blue Angels e Thunderbirds. 

Além do risco de contaminações, autoridades locais também estão de olho em manifestações em Washington – há mais de 20 marcadas para o 4 de julho na capital, incluindo uma marcha do movimento Black Lives Matter. Apesar do bloqueio de ruas e do forte esquema de segurança, o risco de confronto é alto. / NYT, W.Post, EFE e REUTERS

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