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Trump quer criar força armada espacial e Rússia é contra

Setor espacial é um dos poucos assuntos onde os dois países ainda trabalham em conjunto; governo americano também defende privatização da Estação Espacial Internacional

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Por Redação
Atualização:
Guerra comercial ameaça o crescimento global Foto: Washington Post photo by Jabin Botsford

MOSCOU - A Rússia expressou preocupação nesta quarta-feira, 20, com o projeto do presidente americano, Donald Trump, de criar uma força armada espacial. Segundo a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, Moscou teme um impacto desestabilizador na segurança internacional. "O mais preocupante deste anúncio é que o objetivo foi claramente indicado: assegurar o domínio do espaço."

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Na segunda-feira 18, Trump ordenou ao Pentágono a criação de uma nova "força espacial", que se tornaria o sexto braço das Forças Armadas e garantiria o "domínio americano" do espaço. "Quando se trata de defender os EUA não basta a nossa presença no espaço, tem que haver um domínio americano", afirmou o presidente, acrescentando não querer que países como China ou Rússia dominem os EUA.

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A Rússia se manifestou contra a ideia. "O reforço militar no espaço teria um impacto desestabilizador sobre a estratégia e a segurança internacional", advertiu Zakharova. Segundo ela, o país considera a exploração do espaço com fins pacíficos uma prioridade. "Nosso país não tem interesse em realizar nenhuma tarefa no espaço usando meios de ataque", insistiu a porta-voz.

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Trump indicou que deseja a criação desta sexta divisão, ao lado do Exército, Aeronáutica, Marinha, dos Marines (infantaria da marinha) e da Guarda Costeira. A Rússia já tem uma força espacial vinculada à Força Aérea.

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O anúncio de Trump, que precisa da autorização do Congresso, atualmente dividido sobre o tema, foi feito após as declarações de autoridades de Defesa em Moscou e Washington sobre o temor de uma nova corrida armamentista.

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A decisão cabe ao Congresso, mas na segunda-feira Trump ordenou ao Departamento de Defesa começar a estabelecer as bases. "Teremos a força aérea e teremos a força espacial, separadas, mas iguais", acrescentou. A porta-voz do Pentágono Dana White indicou que o processo será longo e dependerá de uma comissão criada recentemente.

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Trump insiste no desenvolvimento do setor espacial desde que chegou ao poder. O presidente já fez um chamado para aumentar o orçamento da Nasa e, em dezembro, ordenou que a agência espacial americana volte à Lua pela primeira vez desde 1972 e prepare missões a Marte.

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Em um contexto de tensão entre Moscou e Washington, a questão espacial é um dos raros temas em que os dois países continuam cooperando, especialmente na participação conjunta na Estação Espacial Internacional (ISS). No entanto, o governo de Trump quer privatizar a ISS a partir de 2025, e a ideia é controversa no Congresso. Com a privatização, os recursos seriam direcionados para a Nasa, financiando assim o retorno dos astronautas à Lua. / AFP

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