Trump responsabiliza Obama por morte de americano libertado por Pyongyang

Segundo o presidente, a Coreia do Norte deveria ter libertado o estudante 'muito antes'; jovem foi repatriado na semana passada, em coma

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WASHINGTON - O governo Donald Trump responsabilizou nesta terça-feira, 20, a administração Barack Obama pela morte do estudante americano Otto Warmbier, ontem, após passar 15 meses, em coma, como prisioneiro da Coreia do Norte. O presidente Trump afirmou que Pyongyang deveria ter libertado o jovem, de 22 anos, "muito antes". O estudante foi repatriado na semana passada.

Otto Warmbier foi acusado em 2016 de “atos hostis contra o Estado” e, depois de um longo julgamento, foi sentenciado a 15 anos de prisão com trabalhos forçados Foto: REUTERS/Kyodo

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"É uma vergonha total o que aconteceu com Otto. Nunca deveria ter sido permitido que acontecesse. E, francamente, se o tivessem trazido para casa mais rápido, acredito que os resultados teriam sido muito diferentes", comentou Trump aos jornalistas no Salão Oval ao início de uma reunião com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. "(Warmbier) deveria ter sido trazido para casa há muito tempo."

Assim, o americano culpou implicitamente pelo incidente o governo de seu antecessor na Casa Branca ao apontar que Warmbier deveria ter retornado aos EUA "no mesmo dia", sem especificar se estava se referindo ao momento em que ele entrou em coma ou quando foi julgado e condenado por "atos hostis".

A Coreia do Norte alega que Warmbier estava sofrendo de botulismo, ingeriu um remédio para dormir e não voltou a acordar, algo que a família nega.

No comunicado que anunciou a morte do jovem nesta segunda-feira, os pais de Otto, Fred e Cindy Warmbier, condenaram "o horrível e tortuoso abuso" que o filho recebeu por parte do governo norte-coreano, a quem responsabilizam por sua morte.

Em sua primeira entrevista coletiva após oito dias longe das câmeras, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, foi questionado sobre se o presidente estava culpando Obama pela morte do jovem. 

"O presidente ficou satisfeito por ter sido capaz de trabalhar com o Departamento de Estado para trazer Otto para casa o mais rápido que ele pode, mas acho que quando você percebe o que aconteceu, o presidente acredita que se tivesse ocorrido antes ou mais rápido, potencialmente, poderia ter havido recursos médicos adiconais que poderiam ter sido utilizados", respondeu Spicer. 

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Obama emitiu um comunicado sobre a morte de Warmbier e as implicações à sua administração. "Durante o curso da administração Obama, não tivemos uma prioridade maior do que libertar os americanos detidos no estrangeiro", afirmou o porta-voz de Obama, Ned Price, no comunicado. "Seus esforços incansáveis resultaram na libertação de pelo menos dez americanos sob custódia na Coreia do Norte durante o curso da aministração Obama." 

"É doloroso que o Sr. Warmbier não esteja entre eles, mas nossos esforços em seu nome nunca cessaram, mesmo nos últimos dias da administração", afirmou Price, que foi porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do governo Obama.

Mais tarde, em sua conta no Twitter, Trump agradeceu os "esforços" da China para exercer pressão sobre a Coreia Norte, mas afirmou que eles "não têm funcionado". "Pelo menos eu sei que a China tentou!", escreveu o presidente. Trump tem, repetidamente, cobrado que a China ajude a exercer pressão sobre a Coreia do Norte, particularmente, com relação às ambições nucleares de Pyongyang. / EFE, AFP 

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