NAÇÕES UNIDAS - Donald Trump, Hassan Rohani e Jair Bolsonaro, presidentes de Estados Unidos, Irã e Brasil, respectivamente, devem ser alguns dos protagonistas da Assembleia-Geral das Nações Unidas, na próxima semana, que desta vez não deve ter a presença de líderes como Nicolás Maduro, da Venezuela, Miguel Díaz-Canel, de Cuba, Vladimir Putin, da Rússia e Xi Jinping, da China.
- DONALD TRUMP
Mais uma vez o presidente americano será o centro das atenções na ONU após dois anos de discursos com tom nacionalista e beligerante, marcados por expressões que entraram para a histórica, como quando ele chamou o der "homem foguete" o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.
Dessa vez, Trump chega a Nova York tendo como plano de fundo sua guerra comercial com a China e com relações frias com parceiros europeus, mas especialmente em meio a uma forte escalada de tensão com o Irã.
Nas últimas semanas, a Casa Branca alimentou as expectativas sobre uma reunião hipotética em Nova York com o líder iraniano Hasan Rohani, algo que agora parece impossível após um "não" contundente de Teerã e os recentes ataques contra o petróleo saudita.
- HASAN ROHANI
Até agora, o presidente iraniano rejeitou qualquer negociação bilateral com os Estados Unidos, que retomou a pressão sobre a República Islâmica desde que Trump chegou ao poder, em 2017.
As sanções dos EUA, aplicadas após a saída de Washington do pacto nuclear de 2015, sufocam o Irã, que neste ano decidiu acelerar algumas atividades de seu programa atômico.
Resta ver se esse movimento ajudará o país a obter das outras potências signatárias, especialmente na Europa, as facilidades que procura para lidar com os Estados Unidos ou se, pelo contrário, a situação continuará complicada.
Além disso, o Irã está indiretamente envolvido em um difícil conflito regional com a Arábia Saudita e terá muita importância em qualquer conversa sobre o Iêmen ou a Síria.
- JAIR BOLSONARO
Bolsonaro deve estrear na Nações Unidas com uma mensagem de tom nacionalista e bastante contrário aos princípios da ONU, mas em sintonia com as falas de Trump.
O presidente brasileiro, como rege a tradição, será o primeiro líder a discursar na Assembleia-Geral e já adiantou que pretente fazer uma intervenção "diferente" dos discursos de seus antecessores, com muito mais ênfase na defesa da "soberania nacional".
Além disso, espera-se que ele aborde, entre outros temas, a situação da Amazônia depois de suas críticas a iniciativas internacionais para proteger a floresta brasileira - o que Bolsonaro vê como ingerência estrangeira -, incluindo um duro embate com o presidente francês, Emmanuel Macron.
O líder francês, no entanto, não é o único alvo recente da ira de Bolsonaro, que nas última semanas respondeu com ataques pessoais as críticas à violência policial no Brasil expressadas pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
- EMMANUEL MACRON
O presidente da França chegará ao encontro anual de líderes mundiais com o objetivo de mediar a crise entre EUA e Irã e concretizar sua iniciativa para proteger a Amazônia, lançada durante a última reunião do G-7 em Biarritz.
Seu enfrentamento com Bolsonaro pode ter um novo capítulo em Nova York, mas, além disso, Macron será uma das vozes europeias mais importantes na Assembleia-Geral, em um momento complexo para o bloco comunitário por questões como o Brexit.
- BORIS JOHNSON
O primeiro-ministro britânico viajará a Nova York sob pressão do prazo para finalizar a saída de seu país da União Europeia (UE). Na Big Apple, terá a oportunidade de reunir-se com muitos de seus colegas e as principais figuras de Bruxelas.
- ANGELA MERKEL
Embora sua presença inicialmente não fosse prevista e não tenha sido confirmada, a chanceler alemã pode viajar para Nova York para participar, ao menos, da cúpula climática convocada para a próxima segunda-feira e para realizar reuniões bilaterais, entre outras, com Johnson.
- OUTROS LÍDERES LATINO-AMERICANOS
Além de Bolsonaro, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, que viajará à ONU em meio a campanha política em que busca sua reeleição e a uma difícil situação econômica em seu país, e da Colômbia, Iván Duque, que estará nos EUA em um momento de tensão na fronteira com a Venezuela, serão dois dos principais líderes da região na cúpula.
- OS AUSENTES
Dois líderes de peso no cenário internacional, o russo Vladimir Putin e o chinês Xi Jinping, serão ausências significativas na Assembleia-Geral das Nações Unidas. O líder canadense, Justin Trudeau, é outra ausência confirmada.
Há também baixas importantes na América Latina, já que não estão previstas as idas do venezuelano Nicolás Maduro, do cubano Miguel Díaz-Canel e do mexicano Andrés Manuel López Obrador. / EFE