
15 de fevereiro de 2017 | 03h37
WASHINGTON - A Casa Branca reconheceu que o presidente dos EUA, Donald Trump, foi informado com apenas seis dias de governo de que seu conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, havia omitido ao vice-presidente, Mike Pence, informações sobre seu contato com altos funcionários russos.
"O vice-presidente soube que ele tinha recebido informações incompletas na quinta-feira à noite pelos veículos de imprensa", disse ao jornal The Washington Post Marc Lotter, um porta-voz de Pence, sobre o conteúdo dos contatos de Flynn com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak.
Conselheiro de Segurança de Trump renuncia ao cargo após revelações de contato com Rússia
Pence havia defendido nos meios de comunicação que Flynn e Kislyak "não falaram qualquer coisa sobre" as sanções dos EUA à Rússia por uma suposta interferência eleitoral, tema que foi abordado na conversa entre o embaixador russo e o conselheiro de Trump. De acordo com Lotter, o vice-presidente questionou o assunto após se informar sobre o ocorrido pelos veículos de imprensa.
Naquele momento, Trump já havia sido informado há algumas semanas sobre toda a verdade pelo Departamento de Justiça, que tem conhecimento dos contatos pelas intervenções da inteligência, segundo a Casa Branca.
A então procuradora-geral interina, Sally Yates, demitida mais tarde pelo presidente americano por insubordinação, informou no dia 26 de janeiro do que tinha ocorrido ao assistente presidencial, Donald McGahn, que por sua vez o transmitiu a Trump e a um grupo reduzido de autoridades, mas não passaram as informações para Pence.
Flynn renunciou na segunda-feira, pressionado por Trump, depois que a Casa Branca não conseguiu controlar o escândalo. Em algumas dessas ligações telefônicas, admitidas por Flynn, ele e Kislyak falaram sobre as sanções contra o Kremlin que o ex-presidente Barack Obama impôs antes de deixar a Casa Branca. / ASSOCIATED PRESS e EFE
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