Trump culpa 'estupidez americana' por péssima relação com a Rússia; Moscou concorda

Presidentes de EUA e Rússia realizam reunião formal entre ambos, na qual espera-se que abordem os conflitos na Síria e na Ucrânia, o desarmamento nuclear e a suposta ingerência eleitoral do governo russo; No Twittter, americano critica seus antecessores

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Por Redação
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HELSINQUE, FINLÂNDIA - O presidente americano, Donald Trump, manifestou nesta segunda-feira, 16, sua esperança de chegar a uma relação "extraordinária" com seu colega russo, o presidente Vladimir Putin, no início da histórica cúpula entre ambos em Helsinque, na Finlândia.

Trump põe Rússia entre 'inimigos' dos EUA antes de cúpula com Putin

"Acho que nós teremos, em última instância, uma relação extraordinária (...) Se entender bem com a Rússia é uma coisa boa, não uma coisa ruim", declarou, ao lado de Putin. O presidente russo, por sua vez, afirmou a Trump que chegou o momento de falar dos temas delicados.

Trump e Putin se cumprimentam durante reunião na Finlândia Foto: Heikki Saukkomaa/Lehtikuva via AP

Trump e Putin iniciaram sua primeira cúpula bilateral nesta segunda na qual todas as suas declarações e gestos serão acompanhados pelo mundo todo.

“Sobretudo, nós temos muitas coisas boas para conversar”, disse Trump, após elogiar a Rússia pela realização da Copa do Mundo. "Vamos discutir sobre tudo, de comércio a Forças Armadas, de mísseis a China."

O jogo de Trump e Putin

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"(Vamos) falar de falar forma substancial sobre nossa relação e áreas problemáticas do mundo", respondeu Putin Trump.

O Kremlin disse não ter muitas expectativas para a reunião entre Trump e Putin, mas afirmou esperar que a cúpula seja um “primeiro passo” para resolver a crise entre os dois países.

Na cúpula, o magnata americano espera estabelecer uma relação pessoal com o ex-oficial da KGB, que dirige a Rússia desde 2000. É difícil, porém, prever que tom adotará Trump, conhecido por sua tendência à provocação.

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Muitos diplomatas e analistas temem que o presidente americano faça uma série de concessões a Putin, em questões como guerra na Síria, ou anexação da Crimeia por parte da Rússia.

Twitter

Horas antes do encontro, Trump culpou a “tolice e estupidez dos Estados Unidos” pelo mau relacionamento entre Washington e Moscou.

O Ministério de Relações Exteriores da Rússia “curtiu” o comentário de Trump no Twitter, no qual o presidente dos EUA criticou a investigação em seu país sobre suposta interferência russa nas eleições americanas, assim como políticas dos governos anteriores de seu país.

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“Nosso relacionamento com a Rússia nunca esteve pior graças a muitos anos de tolice e estupidez dos Estados Unidos e, agora, da manipulada caça às bruxas”, escreveu Trump. 

Agendas

O avião de Putin aterrissou às 13 horas (7 horas em Brasília) no aeroporto internacional da capital finlandesa, um dia depois de ter assistido, em Moscou, à final da Copa do Mundo de futebol.

Já Trump e sua mulher, Melania, que chegaram a Helsinque no domingo, começaram o dia com um café da manhã com o presidente finlandês, Sauli Niinistö, e sua mulher, Jenni Haukio.

The Economist: As idas e vindas dos Estados Unidos

O encontro acontece no palácio presidencial, no centro da capital finlandesa, um local com uma longa tradição de acolhida das cúpula entre os dois países.

Primeiro Trump e Putin vão-se reunir sozinhos, com auxílio de seus intérpretes e, depois, serão acompanhados de suas respectivas delegações para um almoço de trabalho.

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Assim como seus antecessores democratas e republicanos, Trump já se reuniu com Putin, mas, desta vez, o formato do encontro e o momento escolhido fazem dele um evento especial.

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A cúpula desta segunda é a última etapa de uma viagem de uma semana pela Europa, na qual Trump atacou duramente seus aliados, especialmente a Alemanha, sem criticar o presidente russo. 

A importância da Síria

A Síria terá, certamente, um lugar de destaque nas conversas entre os dois dirigentes. Trump está impaciente para se distanciar desse conflito e retirar as tropas americanas estacionadas no país.

Já a Rússia, que intervém em apoio ao regime de Bashar Assad desde 2015, tem mais do que nunca a intenção de desempenhar um papel-chave na Síria. / AFP e REUTERS

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