Tunísia atribui à Al-Qaeda morte de líder opositor

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Por TÚNIS
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O ministro do Interior da Tunísia, Lotfi Ben Jeddou, disse ontem que a arma usada para assassinar o político opositor Mohamed Brahmi, na quinta-feira, foi usada para matar outro líder da oposição, Chokri Belaid, em fevereiro, sugerindo o envolvimento do grupo islâmico extremista Al-Qaeda na morte. Segundo Ben Jeddou, o principal suspeito dos ataques é o salafista radical Boubacar Hakim, procurado sob a acusação de contrabandear armas da Líbia. O ministro ressaltou que não há evidências da participação de partidos políticos na morte de Brahmi. Ben Jeddou afirmou ainda que as autoridades da Tunísia identificaram 14 salafistas suspeitos de participarem da morte de Belaid e acreditam que a maioria deles faça parte do Ansar al-Sharita, grupo islamista radical que surgiu na Tunísia desde a queda do ditador Zine al-Abidine Ben Ali, em 2011. O líder desse grupo, Saifallah Benahssine, conhecido como Abu Iyadh, lutou com a Al-Qaeda no Afeganistão e é procurado pela polícia por suspeita de incitar o ataque à Embaixada dos EUA na Líbia, em setembro do ano passado, quando quatro pessoas morreram.Ontem, milhares de pessoas se concentraram em Túnis e em Sidi Bouzid, origem da Primavera Árabe e cidade natal de Brahmi, para protestar contra a morte do opositor. Bancos e lojas fecharam as portas e todos os voos para o país foram cancelados. "Abaixo o regime da Irmandade Muçulmana", gritavam os manifestantes, em alusão ao governo do Ennahda, partido de orientação islâmica.A central sindical UGTT, que afirma ter meio milhão de integrantes, convocou uma greve geral para ontem em protesto contra o "terrorismo, a violência e os assassinatos". O secretário-geral do sindicato, Sami Tahri, disse que todos os setores da economia, em todo o país, aderiram ao movimento.Morte. Dois homens em uma motocicleta atiraram 14 vezes contra Brahmi, da Frente Popular, em frente a sua casa, na quinta-feira, quando ele entrava em seu carro. Belaid foi morto de forma parecida. / AP e REUTERS

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