
14 de janeiro de 2012 | 18h23
Os tunisianos comemoram o aniversário com um otimismo prudente, em meio a preocupações com a alta taxa de desemprego, que atinge 20%, ante 13% um ano atrás. O turismo, principal fonte de recursos da economia do país, escasseou, assim como os investimentos estrangeiros. Mas agora, um ativista pelos direitos humanos tornou-se presidente e um islamista moderado (preso por anos pelo antigo regime) é o primeiro-ministro, depois de uma inédita eleição livre.
O levante começou na Tunísia em 17 de dezembro de 2010, quando, desesperado, um vendedor de frutas ateou fogo ao próprio corpo. O episódio liberou uma onda de raiva e frustração entre seus compatriotas que correu o país. Em menos de um mês, o presidente Ben Ali foi forçado a sair do poder. Em 14 de janeiro de 2011, fugiu para a Arábia Saudita. As marchas pacíficas deste sábado, um dia ensolarado, refletem uma nova atmosfera no país. Sob gritos de "deus é grande", muçulmanos caminhavam ao lado de esquerdistas e nacionalistas, celebrando a liberdade e prestando homenagens aos 200 mortos durante o levante.
Líderes da região saudaram o aniversário, incluindo o presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, que enfrentou protestos em seu próprio país no ano passado; o chefe do governo interino da Líbia, Mustafa Abdel-Jalil, que ajudou a depor Muamar Kadafi, e o emir do Catar. "O processo democrático que se iniciou é irreversível, depois de um passado difícil", disse o presidente tunisiano e ex-exilado Moncef Marzouki.
Para marcar o aniversário, o novo governo da Tunísia perdoou 9 mil condenados da Justiça e converteu as penas de mortes a mais de cem prisioneiros para prisão perpétua, de acordo com a agência estatal de notícias, TAP. As informações são da Associated Press.
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