TÚNISO governo da Tunísia emitiu ontem um pedido internacional de prisão contra o ex-presidente Zine al-Abidine Ben Ali, que em 14 de janeiro fugiu para a Arábia Saudita depois que a população iniciou um ciclo de intensos e violentos protestos contra seu governo. O Ministério da Justiça tunisiano acusa Ben Ali de retirar dinheiro do país ilegalmente para a aquisição de terras e bens no exterior. Pediu ajuda da Interpol para que o ex-presidente seja levado de volta à Tunísia para responder aos inquéritos.A mulher de Ben Ali, Leila Trabelsi, e parentes que escaparam com o ex-presidente, também tiveram as prisões solicitadas pelo governo do país. "Estamos pedindo à Interpol que encontre os que fugiram para que eles sejam julgados na Tunísia", disse o ministro da Justiça, Lazhar Karoui Chebbi, enquanto a polícia de Túnis tentava dispersar centenas de manifestantes diante de prédios oficiais da cidade. O protesto de ontem foi contra a presença de ministros do antigo gabinete de Ben Ali no governo interino - entre eles Chebbi e o premiê, Mohamed Ghannouchi, que assumiu o cargo em 1999. Durante o anúncio dos pedidos de prisão, o ministro da Justiça foi cercado por manifestantes que conseguiram invadir o local. Chebbi anunciou que seis integrantes da guarda presidencial serão julgados por incitar a violência depois da partida de Ben Ali. Segundo o ministro, mais de 11 mil detentos - um terço da população carcerária do país - fugiram de prisões tunisianas e outros 2.460 presos foram soltos desde o início dos protestos. Não ficou claro se os libertados haviam cometido crimes políticos, mas o governo interino havia afirmado anteriormente que soltaria presos políticos.O Sindicato Geral Tunisiano anunciou ontem uma greve geral em Sfax, segunda maior cidade do país.