Tunísia rejeita ajuda italiana para conter ilegais

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Por AE
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O governo da Tunísia afirmou hoje que está pronto para cooperar com outros países a fim de bloquear o fluxo de milhares de imigrantes clandestinos que estão partindo para a Europa. No entanto, disse que não irá tolerar a interferência estrangeira nos seus assuntos internos. O governo da Itália deseja que a polícia e a Marinha italianas sejam enviadas ao litoral da Tunísia, após milhares de imigrantes clandestinos tunisianos terem conseguido chegar ao território meridional da Itália nos últimos dias cruzando o Mediterrâneo em barcos precários para a ilha italiana de Lampedusa, ao sul da Sicília.Hoje, a chefe de política externa da União Europeia (UE), Catherine Ashton, foi a Túnis, onde manteve reuniões com o primeiro-ministro tunisiano, Mohammed Ghannouchi, e outros funcionários do governo interino da Tunísia. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Tunísia "rejeita categoricamente qualquer interferência nos seus assuntos internos ou qualquer ataque à sua soberania", disse o documento, divulgado pela agência estatal de notícias TAP.O ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni, disse hoje que "nós podemos enviar nossos contingentes, bem como nossos barcos" para patrulhar as costas da Tunísia. Maroni afirmou que a Europa pode estar enfrentando uma situação "igual a que enfrentou em 1989, porque estamos assistindo agora à queda de um novo Muro de Berlim, a Europa precisa ter uma estratégia conjunta de chefes de Estado e de governos", afirmou o ministro italiano, fazendo referência às revoluções que derrubaram os regimes comunistas no Leste Europeu entre 1989 e 1991, e levaram milhares de cidadãos do extinto bloco comunista à Europa Ocidental, e fazendo um paralelo com as quedas dos regimes da Tunísia e do Egito no começo de 2011.Na semana passada, cerca de cinco mil clandestinos tunisianos desembarcaram na ilha italiana de Lampedusa, muitos dos quais fugiram do país do Magreb após a revolução de 14 de janeiro que derrubou o governo de Zine El Abidine Ben Ali. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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