Turismo americano se recupera em Cuba apesar de tensões com Trump

Aumento de visitantes de origem dos Estados Unidos foi de 93% no trimestre, informa setor

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Por Redação
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HAVANA - O número de americanos que visitaram Cuba no primeiro trimestre de 2019 cresceu 93% frente ao mesmo período do ano passado. Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de viajantes ao país caribenho, atrás apenas do Canadá. A tendência vai na contramão de medidas tomadas pelo governo de Donald Trump, que acirraram as relações diplomáticas com Cuba. 

Grupo de turistas passeia em antigo carro conversível em Havana. Para americanos, visitar Cuba é uma verdadeira "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto_EFE

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As informações foram divulgadas nesta segunda-feira, 6, pelo diário oficial Granma, que citou Michel Bernal, diretor comercial do Ministério do Turismo de Cuba. A maioria dos 257.500 americanos que chegaram à ilha no período o fez por meio de cruzeiros, cerca de 55%.  

Em 17 de abril de 2018, Trump havia imposto restrições ao turismo na ilha, mas algumas ainda não foram colocadas em vigor pelas agências federais. À época, o governo cubano anunciou retração de 7% no número de turistas americanos em relação ao mesmo período de 2017. Outro fator que influenciou os números do período foram os temores pela devastação causada pelo furacão Irma, que atingiu o país caribenho em setembro de 2017. 

O governo cubano afirmava à época que os temores eram infundados, e Bernal, nesta segunda-feira, ressaltou o crescimento do turismo apesar do que classificou como “campanhas difamatórias”. "Apesar das campanhas difamatórias contra Cuba, 13,5% dos turistas que nos visitam alegam haver escolhido a ilha por sua segurança", disse ele. O turismo é a segunda principal atividade econômica do país, atrás da exportação de serviços médicos. 

A pressão contra o turismo na ilha é uma das medidas de Trump com a alegação de confrontar Cuba pela presença de militares caribenhos na Venezuela em apoio a Nicolás Maduro. Havana nega que haja esforços que não sejam de teor civil em solo venezuelano, e reconhece apenas a presença de mais de 20 mil profissionais de saúde no país. 

Cuba tem no turismo um dos destaques de sua economia, que conta com controles estatais rígidos, um processo de reforma difícil do mercado, um declínio nos preços globais de commodities, e a diminuição na assistência da parceira Venezuela. Até abril, a ilha teve aumento de 7% no número de visitantes estrangeiros, o que representa 1.930.000 viajantes. /AFP e Reuters

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