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Turquia coloca partido curdo na ilegalidade

Por Agencia Estado
Atualização:

A Corte Constitucional da Turquia colocou na ilegalidade o principal partido pró-curdo do país, depois de concluir que a agremiação política possui laços com rebeldes que travaram uma guerra de 15 anos pela autonomia do sudeste do país, onde a população é de maioria curda. A corte também proibiu pelos próximos cinco anos a atuação política de 46 membros do Partido Democrático do Povo, conhecido pelas iniciais HADEP. A Justiça ordenou ainda o seqüestro imediato dos bens do partido. O magistrado Mustafa Bumin disse a jornalistas que o partido ajudou rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e esteve engajado em atividades que ameaçaram a unidade do país. "Todas as evidências comprovam que eles cometeram este crime com suas atividades", disse Bumin a jornalistas, ao anunciar a decisão unânime. A decisão judicial desta quinta-feira ocorre num momento em que aumenta a tensão devido à possibilidade de um ataque dos Estados Unidos contra o Iraque. A Turquia tem planos de enviar dezenas de milhares de soldados a uma área curda autônoma no norte do Iraque, se houver uma guerra, e diz ter o objetivo de conter o possível fluxo de refugiados. O governo turco também deixou claro que não tolerará a criação de um Estado curdo independente no norte do Iraque, no caso de o país vizinho fragmentar-se após uma guerra. A Turquia teme que uma eventual independência dos curdos iraquianos incentive os rebeldes curdos em seu território a buscarem a secessão. A decisão também ocorre num momento no qual a União Européia (UE), à qual a Turquia pretende aderir, pressiona Ancara a conceder mais direitos à minoria curda do país. O partido proscrito negou ter ligações com os rebeldes e disse lutar pelos direitos dos cerca de 12 milhões de curdos da Turquia.

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