Turquia condena 121 à prisão perpétua por tentativa de golpe em 2016

Julgamento do Comando Geral da Gendarmaria, como ficou conhecido, já levou 245 pessoas ao banco dos réus

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Por Redação
Atualização:

ANCARA - Um tribunal turco condenou 121 pessoas à prisão perpétua nesta sexta-feira, 26, por envolvimento na tentativa fracassada de golpe militar em julho de 2016. O processo, conhecido na Turquia como "o julgamento do Comando Geral da Gendarmaria", já levou 245 pessoas ao banco dos réus.

A tentativa de golpe militar contra o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, aconteceu no dia 15 de julho de 2016. A controvertida ação não teve adesão de partidos de oposição e o presidente contou com apoio popular de milhares de turcos, que saíram às ruas em defesa do governo. À época, Erdogan classificou a tentativa de golpe como "uma dádiva de Deus" para que fosse feita uma limpeza no exército.

Foto de acervo mostra painel com os dizeres 'lenda do 15 de julho', em referência à resistência à tentativa de golpe em 2016. Foto: Ozan Kose/ AFP - 14/07/2017

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Dos 121 réus condenados nesta sexta, 86 foram sentenciados à prisão perpétua "agravada", o que representa um tipo mais severo em termos de detenção. Os condenados foram considerados culpados de "tentarem derrubar a ordem constitucional".

Após uma interrupção, devido à pandemia do novo coronavírus, as audiências foram retomadas em junho nos tribunais turcos, com destaque para o principal julgamento dos envolvidos no frustrado golpe na Base Aérea de Akinci, em Ancara. O local foi considerado o quartel-general dos golpistas.

A tentativa de golpe contra Erdogan deixou 250 mortos, sem contar os golpistas, além de milhares de feridos. Ancara atribui o levante golpista ao ex-aliado do presidente, o pregador Fetullah Gülen, que mora há 20 anos nos Estados Unidos. Gülen, cuja extradição continua sendo solicitada por Ancara, nega ter desempenhado qualquer papel no evento. /AFP

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