ISTAMBUL - A Turquia manterá sua luta contra os curdos do Partido da União Democrática (PYD) na Síria - anunciou no domingo o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, em telefonema com a chanceler alemã, Angela Merkel, apesar dos apelos da comunidade internacional para que Ancara ponha fim aos bombardeios.
De acordo com os trechos da conversa divulgados pelo gabinete do premiê, a Turquia "não permitirá ao PYD realizar ações agressivas". Segundo a nota, Davutoglu disse a Merkel que "nossas forças de segurança responderam de maneira adequada e continuarão a fazê-lo".
No fim de semana, forças turcas dispararam contra alvos do PYD e das milícias curdas das Unidades de Proteção do Povo (YPG), no que seriam represálias por ataques desses grupos, considerados pelo governo turco "organizações terroristas".
No domingo, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigiu que os turcos parem os bombardeios, informou a Casa Branca.
Biden conversou por telefone com Davutoglu para destacar "os esforços americanos para convencer as forças curdas da Síria a aproveitarem as circunstâncias atuais para ocuparem mais territórios perto da fronteira com a Turquia", indicou a Casa Branca em comunicado.
O representante americano instou a "Turquia a mostrar moderação recíproca mediante a cessação de ataques de artilharia na região", acrescenta a nota. As divergências dos EUA e Turquia em relação ao papel das milícias curdas na Síria afetaram nas últimas semanas a relação entre os dois países, aliados no conflito sírio.
O governo turco criticou duramente os Estados Unidos por manterem contato com o YPD, que Washington trata como um aliado importante na luta contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI). / AFP e EFE