Turquia envia pêsames à Armênia, mas não vê genocídio

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O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, enviou hoje condolências aos descendentes dos armênios mortos há 100 anos pelos turco-otomanos. Segundo ele, a Turquia compartilha dessa dor. Davutoglu ainda anunciou que será realizado um evento no Patriarcado Armênio em Istambul para lembrar as vítimas.A mensagem conciliadora foi enviada dias antes dos eventos que marcarão o centenário do episódio, em 24 de abril. Davutoglu não disse, porém, que as mortes foram um genocídio, além de criticar os esforços para pressionar o governo turco a reconhecer que isso ocorreu. "Reduzir isso a uma única palavra, para jogar toda a responsabilidade sobre a nação turca", disse, "e combinar isso com um discurso de ódio é legal e moralmente problemático".Os armênios realizam uma campanha por um maior reconhecimento de que as mortes foram um genocídio, enquanto a Turquia busca evitar que mais países reconheçam esse massacre oficialmente como genocídio. Historiadores estimam que até 1,5 milhão de armênios foram mortos por turco-otomanos na época da Primeira Guerra Mundial. Pesquisadores em geral se referem ao caso como o primeiro genocídio do século 20. A Turquia, porém, diz que o número de mortos foi exagerado e que havia uma guerra civil e outros distúrbios.Na semana passada, o papa Francisco se referiu ao caso como "genocídio", gerando uma resposta furiosa da Turquia, que convocou de volta seu embaixador no Vaticano, em protesto. O Parlamento alemão deve usar o termo genocídio em resolução sobre o tema nesta sexta-feira. Na semana passada, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução para marcar "o centenário do genocídio armênio". Fonte: Associated Press.

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