Turquia fecha embaixada e prevê zona de segurança síria

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Por BEIRUTE
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Tropas do governo sírio mantiveram a pressão sobre a cidade de Homs, na Síria central, nesta segunda-feira, em confrontos que deixaram pelo menos 19 mortos, segundo grupos de ativistas, no mesmo dia em que o governo da Turquia anunciou o fechamento da sua embaixada em Damasco e declarou que existe a opção de ser criada uma "zona de segurança" no norte da Síria para abrigar refugiados que fogem do conflito civil sírio. A Turquia já abriga 17 mil refugiados sírios na província de Hatay. Também nesta segunda-feira, o escritório do enviado especial da Liga Árabe e das Nações Unidas para a Síria, Kofi Annan, disse que recebeu a resposta do governo sírio sobre o plano de pacificação de seis pontos para acabar com a violência. Até o fechamento dessa edição, Annan não havia se manifestado sobre a resposta.A Turquia fechou sua embaixada em Damasco nesta segunda-feira por causa da deterioração das condições de segurança na Síria, informou uma fonte diplomática turca. "As atividades na embaixada turca foram suspensas a partir desta manhã", disse a fonte, sob condição de anonimato, acrescentando que todos os funcionários diplomáticos deixaram a capital síria. Também nesta segunda-feira, um funcionário da chancelaria turca indicou que um posterior aumento no número de refugiados vindos da Síria poderá compelir Ancara, de preferência com apoio internacional, a estabelecer uma zona tampão dentro da fronteira síria para garantir a segurança da sua própria fronteira sul, bem como dos refugiados que escapam da violência. "Por enquanto, essa é apenas uma opção. Nada foi decidido", disse o funcionário em Ancara sob anonimato. A criação de uma zona de segurança no norte sírio, na província fronteiriça de Idlib, envolveria a mobilização de milhares de soldados turcos e aumentaria muito o potencial de confrontos com soldados regulares sírios. A Turquia já adotou uma tática semelhante em 1991, quando enviou milhares de soldados para o norte do Iraque, no momento em que milhares de curdos iraquianos fugiam da ação das tropas de Saddam Hussein logo após a primeira Guerra do Golfo, quando as tropas do então ditador iraquiano foram expulsas do Kuwait e ele se voltou contra os curdos iraquianos. "Ninguém sabe o que aconteceria em uma eventualidade como essas" disse o funcionário turco, alertando para a possibilidade do conflito sírio se agravar e de milhares de pessoas tentarem cruzar a fronteira para fugirem de massacres.As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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