30 de julho de 2016 | 20h32
ANCARA - A Turquia libertou neste sábado mais de 750 soldados que foram detidos após a tentativa de golpe frustrada, noticiou a mídia estatal, enquanto o presidente Recep Tayyip Erdogan disse que retiraria os processos judiciais contra aqueles que o insultaram, num gesto de "união".
Mais de 60 mil pessoas foram presas, removidas ou suspensas de suas funções por suspeitas de ligação com a tentativa de golpe, no qual tanques, helicópteros e caças foram mobilizados na tentativa de derrubar o governo.
Os aliados ocidentais da Turquia condenaram o golpe, durante o qual Erdogan disse que 237 pessoas morreram e mais de 2,1 mil ficaram feridas, mas foram surpreendidos pelo tamanho da repressão subsequente.
A agência de notícias estatal Anadolu noticiou que 758 soldados foram libertados sob a recomendação de procuradores, após terem prestado depoimento. Um juiz concordou com a medida, alegando que as detenções era desnecessárias, segundo a Anadolu. Outros 231 soldados continuam sob custódia, disse a agência.
Reforma. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou neste sábado, 30, que pretende assumir o controle direto dos Serviços de Inteligência e da cúpula do Estado-Maior, após a tentativa de golpe militar no país em 15 de julho.
"Vamos apresentar uma pequena reforma constitucional (no Parlamento), que, se for aprovada, colocará o Serviço Nacional de Inteligência (MIT) e os chefes do Estado-Maior (do Exército) sob controle da presidência", disse Erdogan à emissora de televisão A-Haber.
Na mesma entrevista, o presidente turco anunciou o fechamento de todas as escolas militares e a abertura de uma nova universidade para formação das Forças Armadas. "As escolas militares serão fechadas e uma universidade nacional será criada", Erdogan.
As medidas visam colocar os militares sob completo controle civil. A decisão de fechar as ecolas militares será publicada no diário oficial do país no domingo. / EFE, AFP e REUTERS
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