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Turquia multa 4 canais de televisão por transmitirem protestos

Governo acusa emissoras de prejudicar desenvolvimento físico, moral e mental de jovens

Por O Estado S. Paulo
Atualização:

Os quatro canais de televisão considerados mais próximos da oposição foram multados pelo Conselho Superior de Rádio e Televisão da Turquia (RTÜK) por terem transmitido os protestos no parque Gezi de Istambul. As multas foram impostas às emissoras por "prejudicarem o desenvolvimento físico, moral e mental das crianças e jovens" em razão da transmissão dos protestos em torno do parque Gezi de Istambul.

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As emissoras multadas são: "Halk TV", "Ulusal TV", "Cem TV" e "EM TV". A "Halk TV" adquiriu uma popularidade incomum na Turquia por ser a única que informa durante 24 horas sobre a onda de protestos que ocorre no país há quase duas semanas. O canal já recebeu uma advertência da RTÜK por exibir um vídeo considerado pelas autoridades como "humilhante" para o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.

O canal tem uma clara linha ideológica laica e se considera próximo do Partido Republicano do Povo (CHP), o maior da oposição, mas se tornou popular nos últimos dias por oferecer uma cobertura contínua, quase sempre ao vivo.

Os grandes canais de notícias 24 horas, no entanto, se tornaram alvo de piada, sobretudo depois que a "CNNTürk" exibiu, no primeiro dia das revoltas, um documentário sobre pinguins enquanto aconteciam intensas batalhas campais entre os manifestantes e a polícia no centro de Istambul.

Em tom de paródia, o pequeno canal "Ulusal TV" cortou dias depois a transmissão ao vivo de um discurso de Erdogan para exibir imagens de pinguins. A simpática ave se transformou no símbolo do que os manifestantes turcos consideram uma flagrante autocensura entre os meios de comunicação mais expressivos do país.

Nos últimos dias, no entanto, a cobertura foi mais contínua e o site do jornal "Radikal", propriedade do grupo midiático Dogan Media, alinhado com a oposição, oferece inclusive a imagem de uma webcam ao vivo e durante 24 horas da Praça Taksim, o epicentro dos protestos. / EFE

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