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Turquia pede renúncia de Assad na Síria 'pelo bem do povo e da região'

Primeiro-ministro turco volta a pressionar presidente sírio; violência e repressão continuam

Atualização:

BEIRUTE - O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que o presidente da Síria Bashar Assad precisa renunciar por causa da violenta repressão aos manifestantes. "Para o bem-estar do seu povo e da região, apenas deixe o poder", disse Erdogan nesta terça-feira, 22. O presidente turco Abdullah Gul, que está em Londres, fez comentário semelhantes, pedindo o fim do regime da família Assad na Síria.

 

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O pedido de Erdogan para que Assad renuncie ocorre dois dias após forças sírias terem atacado a tiros pelo menos três ônibus com peregrinos turcos que voltavam de Meca. Duas pessoas ficaram feridas e foram levadas para o hospital estatal de Antioquia, já em território turco. "Proteger viajantes, especialmente os que voltam do hajj, é uma honra para um país", disse Erdogan, referindo-se à peregrinação anual islâmica para Meca, na Arábia, o hajj.

 

As declarações de Erdogan significam um fim definitivo aos outrora amigáveis laços entre os governos de Ancara e Damasco. A Turquia é um parceiro comercial importante para a Síria e Erdogan cultivou uma amizade próxima com Assad no passado. Mas a Turquia está crescentemente frustrada com o regime de Damasco por causa da violenta repressão que esse conduz contra os opositores.

 

Violência

 

Mesmo com as declarações de Erdogan, a violência não cessou no país. Os Comitês de Coordenação Local, uma rede de ativistas da Síria, e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que funciona em Londres, disseram que quatro crianças, com idades entre 10 e 15 anos, foram mortas a tiros em um posto de controle militar perto de Houla, na província de Homs, Síria central. Uma quinta pessoa, um adulto, foi morto a tiros no distrito de Khaldieh, disseram os dois grupos.

 

Os Comitês disseram que soldados sírios, apoiados por tanques, atacaram a região de Houla e também cercaram o bairro de Bayada na cidade de Homs. O governo sírio impôs uma série de restrições ao trabalho dos jornalistas estrangeiros no país e por isso não é possível confirmar os relatos e números de maneira independente.

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Nesta terça-feira, o governo da Arábia Saudita disse que um dos seus cidadãos, Hussein bin Bandar al-Anzi, foi morto em Homs quando visitava parentes na segunda-feira. O governo da Arábia pediu ao governo sírio uma explicação oficial sobre a morte de al-Anzi. A agência estatal de notícias da Síria, Sana, disse hoje que na segunda-feira as forças de segurança fizeram um reide no bairro de Bayada, confiscando armas e matando quatro terroristas. Segundo a Sana, um "terrorista perigoso" apelidado de Bandar, estava entre os mortos. As informações são da Associated Press.

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