ANCARA - As autoridades da Turquia anunciaram neste domingo, 12, as prisões de nove cidadãos turcos suspeitos de ligação com o setor de inteligência da ditadura do sírio Bashar Assad e de envolvimento com as explosões de dois carros-bomba ocorridas no sábado, na cidade turca de Reyhanli, nas proximidades da fronteira com a Síria. Segundo o mais recente balanço oficial, 46 pessoas morreram nos ataques.
O governo de Ancara acusa o regime de Assad pelos ataques em solo turco. “A Síria não praticou nem praticará um ato desse tipo porque nossos valores não permitem isso. Ninguém tem o direito de proferir acusações infundadas”, afirmou o ministro sírio da Informação, Omran Zubi.
“Esse incidente foi realizado por uma organização que está em contato próximo com grupos pró-regime na Síria e, afirmo isso muito claramente, com a inteligência síria”, declarou o ministro do Interior turco, Muamer Guler, sem citar o nome específico da agência que seria responsável pelas explosões.
Os ataques, ocorridos em um intervalo de 15 minutos, danificaram cerca de 850 edifícios de Reyhanli, que abriga refugiados do conflito sírio e rebeldes, próximo à província síria de Idlib. As explosões feriram dezenas de pessoas, 50 das quais permaneciam hospitalizadas neste domingo.
O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, afirmou em Berlim que é hora de a comunidade internacional intervir na guerra civil síria contra as forças de Assad, pois o conflito está comprometendo a segurança na Turquia e outros países vizinhos à Síria.
Segundo Davutoglu, os nove presos pelo ataque do sábado também estariam envolvidos em um ataque ocorrido na cidade síria de Bania, há uma semana, que deixou 62 mortos. / AP e REUTERS