Turquia rebaixa relações com Israel e pede saída de diplomatas

Ancara ainda anuncia que advogará por reconhecimento de Estado palestino na ONU em setembro

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ANCARA - O governo da Turquia anunciou nesta segunda-feira, 5, que notificou os diplomatas de Israel que eles teriam dois dias para deixar o país, acirrando as tensões com o Estado judeu, elevadas desde que as autoridades israelenses se recusaram a pedir desculpas pelo incidente com uma flotilha que ia para Gaza em maio de 2010. Os turcos ainda afirmaram que vão apoiar o reconhecimento do Estado palestino na Organização das Nações Unidas (ONU).

 

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Na semana passada, a Turquia já havia expulsado o embaixador israelense devido à ausência das desculpas. Nove ativistas turcos morreram no incidente da flotilha, que levava ajuda humanitária para Gaza e foi atacada pelas tropas de Israel. Na semana passada, um relatório da ONU considerou a ação das forças israelenses "excessiva e irresponsável", mas também julgou que os organizadores contribuíram para o desfecho trágico do episódio.

 

Nesta segunda, a Turquia notificou Ella Aphek, vice-chefe da missão diplomática israelense no país, que ela e outros diplomatas deveriam deixar o território turco até a quarta-feira. O ministro de Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, disse ainda que trabalharia com outros países para "obter o maior número de votos" para a elaboração de um plano para o reconhecimento do Estado palestino na Assembleia Geral da ONU no próximo dia 20.

 

No sábado, o chanceler disse que a Turquia iniciaria procedimentos legais para contestar o bloqueio naval mantido por Israel sobre a Faixa de Gaza no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia.

 

Os atritos entre Israel e Turquia chegaram também na esfera da segurança nos aeroportos. Passageiros israelenses reclamaram que funcionários do aeroporto internacional de Istambul os ameaçaram. As mesmas queixas foram registradas por viajantes turcos em Tel Aviv.

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