ISTAMBUL - A Turquia reestruturará o comando de suas Forças Armadas para submetê-las a decisões do governo, anunciou o primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, em declarações publicadas nesta segunda-feira, 1º, pela emissora "CNNTÜRK".
O Conselho Supremo Militar terá agora um grande maioria de membros civis e, ao invés de contar com 14 militares e 2 ministros, como era até agora, será composta por 11 cargos civis e 4 militares, antecipou Yildirim. A medida inscreve-se na política do governo para recuperar o pleno controle das Forças Armadas após o fracassado golpe militar de 15 de julho.
Segundo a agência estatal de notícias "Anadolu", no novo Conselho participarão o chefe do Estado-Maior e os comandantes das diversas Forças Armadas (Exército, Força Aérea e Marinha), assim como o primeiro-ministro, os ministros titulares de Defesa, Justiça, Interior, Relações Exteriores e os vice-primeiro ministro, cargo que atualmente ocupam cinco civis na Turquia.
Além disso, presidente e primeiro-ministro poderão dar diretamente ordens aos comandantes das diversas forças e será simplificado o sistema de promoção, até o ponto que um sargento possa ser nomeado general.
Finalmente, todas as estruturas econômicas que agora dependem as Forças Armadas, como estaleiros, fábricas ou conglomerados empresariais, passarão ao controle do Ministério da Defesa.
Prisões. A Polícia turca localizou e deteve nesta segunda-feira 11 soldados do comando que atacou o hotel no qual estava o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, durante o fracassado golpe militar, fazendo com que apenas um militar do grupo ainda esteja foragido.
Os militares foram localizados em uma operação no litoral do Mar Egeu, em uma floresta a cerca de 20 quilômetros a nordeste de Marmaris, situada na província de Mugla.
Um morador da região descobriu o grupo de militares ao sair para caçar javalis e avisou a gendarmaria, que realizou uma operação com helicópteros e câmeras térmicas, informou a emissora "CNNTÜRK". Nove soldados se entregaram em um primeiro momento e dois foram localizados pouco mais tarde. / EFE