Turquia teme que sanções dificultem solução diplomática com o Irã

País votou contra medidas na ONU e espera que partes envolvidas sigam buscando o diálogo

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ANCARA - A Turquia teme que as novas sanções impostas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Irã possam dificultar uma solução diplomática na questão sobre o controvertido programa nuclear deste país, indicou nesta quarta-feira, 9, o Ministério de Relações Exteriores turco, segundo a agência AFP.

 

 

"A Turquia está preocupada pelo fato de que a decisão do Conselho de Segurança da ONU possa afetar os esforços diplomáticos e minar a oportunidade para uma solução pacífica ao programa nuclear do Irã", diz o Ministério em um comunicado.

 

"Nossa sincera expectativa e esperança é que, apesar da atmosfera criada pela decisão de impor sanções, todas as partes, e o Irã como um todo, continuem com seus esforços para uma solução pacífica sem abandonar o diálogo", concluiu a declaração da chancelaria.

 

A Turquia, assim como o Brasil, é membro não permanente do Conselho de Segurança e votou contra a resolução nesta quarta. O país considera que tais medidas são contraproducentes e que mais tempo deve ser dado ao diálogo com a República Islâmica.

 

No mês passado, Brasil e Turquia firmaram um acordo de troca de material com o Irã, que previa o envio de 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido (LEU, na sigla em inglês) por parte do país persa ao exterior para receber de volta 120 quilos de material nuclear pronto para ser usado em um reator de pesquisas.

 

Segundo a CNN da Turquia, o primeiro-ministro do país, Recep Tayyip Erdogan, reagiu às sanções reafirmado seu apoio ao acordo alcançado com Teerã. Segundo o canal, o premiê havia comentado que as sanções danificariam os esforços diplomáticos, mas que a Turquia seguia acreditando no diálogo.

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As sanções eram pretendidas pelas potências nucleares pelos temores de que o Irã enriqueça urânio para produzir armas atômicas. Teerã, porém, nega tais alegações e afirma que mantém o programa nuclear apenas para fins civis.

 

(Com informações da agência Efe)

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