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TV põe Cristina Kirchner sob suspeita de lavar dinheiro

Escala da presidente da Argentina nas Ilhas Seychelles, consideradas um paraíso fiscal, é investigada no país

Por Ariel Palacios e correspondente em Buenos Aires
Atualização:

BUENOS AIRES - Uma escala feita nas Ilhas Seychelles pelo avião no qual viajava a presidente argentina, Cristina Kirchner, em janeiro, está levantando suspeitas sobre o envolvimento da líder em operações de lavagem de dinheiro. Parlamentares da oposição já exigiram explicações sobre a parada da chefe de Estado no arquipélago considerado um paraíso fiscal e o promotor José María Campagnolli investiga o caso.

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O Canal Trece - que pertence ao Grupo Clarín, que Cristina qualifica como "inimigo" - revelou a suspeita de fraude na noite do domingo. De acordo com o programa Jornalismo para todos, o governo argentino nunca forneceu informações detalhadas sobre a escala, ocorrida quando a presidente retornava à Argentina de uma viagem em que passou por Cuba e Vietnã.

A investigação jornalística afirma que nessas ilhas foi criada a empresa Aldyne, companhia que entre novembro e abril, segundo o promotor Campagnolli, fez vários depósitos, no total de US$ 208 milhões, para a Austral Construciones, de Lázaro Báez, empresário amigo do casal Kirchner, indiciado neste ano por lavagem de dinheiro.

O governo de Cristina reagiu com irritação. Nesta segunda-feira, 19, o secretário-geral da presidência da república, Oscar Parrilli, afirmou que o apresentador do programa, o repórter investigativo Jorge Lanata, "é um assassino midiático". Parrilli sustentou que o CEO do Grupo Clarín, Héctor Magnetto, está "liderando a campanha da oposição" para as eleições parlamentares de outubro. "Ao ver esta forma agressiva como o governo está reagindo, tenho a certeza que nossa investigação está indo no caminho certo", respondeu o executivo-chefe do Clarín.

As Seychelles foram a parada final de uma viagem que Cristina iniciou em 10 de janeiro em Havana, para visitar o presidente Hugo Chávez, que se tratava de câncer da capital cubana. A Casa Rosada afirmou que a escala nas ilhas durou 13 horas - e não dois dias como afirma a denúncia - e serviu para "o descanso da tripulação". Gerardo Milmann, deputado da oposição, pediu em junho explicações sobre os motivos para a escala. "A Argentina não tem convênios importantes com essas ilhas. No entanto, a presidente passou dois dias ali."

 

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