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TV russa mostra suspeito de atacar escola

Por Agencia Estado
Atualização:

A TV russa mostrou neste domingo imagens de homem acusado pelo governo de integrar o comando checheno que tomou mais de mil pessoas como reféns na escola de Beslan, na Ossétia do Norte. "Este homem participou diretamente do ataque, ele é um membro da gangue", afirmou o vice-procurador-geral russo Serguei Fridinski. Não foi divulgada a identidade do detido, um muçulmano que vestia camisa preta e suja e falava com sotaque do norte do Cáucaso, região que inclui a Chechênia e a Ossétia do Norte. "Eu não atirei, juro por Deus que não atirei", disse o homem, mostrando-se amedrontado. "Juro por Deus, eu quero viver." Fridinski confirmou a detenção de três suspeitos de envolvimento indireto na tomada de reféns. Os suspeitos - incluindo uma mulher e um homem procurado pela Justiça russa por participação em vários atentados este ano na Ossétia do Norte e Ingushétia - já ajudaram a identificar 30 dos 32 seqüestradores, disse o procurador. Fridinski não deu detalhes sobre a origem dos seqüestradores. Na sexta-feira, um funcionário da inteligência russa citado pela agência Itar-Tass disse que nem todos eram chechenos - um seria negro e outros nove seriam árabes nascidos em países próximos da "parte equatorial da Península Arábica", o que incluiria o Sudão e o Iêmen do Sul. Segundo esse funcionário, os seqüestradores árabes seriam "de países nos quais a Al-Qaeda tradicionalmente alista recrutas para cometer atos terroristas". As autoridades russas, no entanto, não apresentaram evidências que comprovem que o comando seqüestrador incluía terroristas estrangeiros, e vários ex-reféns disseram não ter visto seqüestrador árabe nem ter ouvido alguém falando árabe. Segundo fontes citados pela agência de notícias Interfax, entre os corpos já identificados não está o de Magomed Yevloyev, citado como o líder dos seqüestradores. Originário da Ingushétia, Yevloyev, um dos principais dirigentes dos guerrilheiros separatistas chechenos, é apontado como braço direito do "inimigo público número 1" do Kremlin, o comandante rebelde checheno Shamil Bassayev. Bassayev também teria planejado matar o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, informou hoje o jornal londrino Sunday Express.

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