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Ucrânia denuncia: Rússia reduziu fornecimento de gás à Europa

Por Agencia Estado
Atualização:

A Ucrânia denunciou que a Rússia reduziu hoje o bombeamento de gás destinado à Europa, poucas horas depois que a corporação estatal russa Gazprom cortou o fornecimento à Ucrânia por falta de acordo sobre os novos "preços de mercado". A companhia nacional ucraniana Naftogaz disse que a Rússia não só cortou as provisões em um dos dois gasodutos destinados para a Ucrânia e os reduziu no segundo, mas, além disso, diminuiu o fornecimento nos três gasodutos de passagem rumo à Europa. "Foi reduzido o volume de gás destinado para assegurar o trânsito à Europa. A redução total das provisões é de 187 milhões de metros cúbicos de gás ao dia", 67 milhões a mais que a quantidade cortada que havia sido anunciada pela Gazrpom, informou a Naftogaz em comunicado citado pela agência russa Interfax-Ucrânia. "Estas ações põem em perigo as provisões de gás à Europa", assinalou a empresa ucraniana, imersa em um duelo verbal com sua contraparte russa. A Rússia cumpriu hoje sua ameaça e começou a cortar o fornecimento de gás natural à Ucrânia, depois que Kiev rejeitou definitivamente o novo preço do carburante russo, que quase quintuplica o anterior. A Gazprom anunciou que a ucraniana Naftogaz "rejeitou oficialmente" a última oferta russa, que propunha uma moratória de três meses para os novos "preços de mercado". Portanto, a Gazprom começou a diminuir a pressão no gasoduto que transporta o carburante destinado para a Ucrânia, reduzindo as provisões em 120 milhões de metros cúbicos ao dia. Ao mesmo tempo, a Gazprom assegurou que continua fornecendo "em pleno volume" o gás que passa por território ucraniano com destino aos países da Europa, embora tenha acusado o Governo de Kiev de pretender "roubar" parte desse combustível. Negociações problemáticas A Naftogaz assegurou em outro comunicado que ontem à noite, 54 minutos antes de terminar 2005, tinha passado à Gazprom por fax um projeto de acordo no qual aceitava "todas as condições" da parte russa, sem explicar quais seriam tais condições. No entanto, Serguei Kupriyánov, porta-voz da Gazprom, respondeu, em Moscou, que a Naftogaz só tinha aceitado a última oferta russa de manter o preço atual, de US$ 50 por cada mil metros cúbicos de gás, durante o primeiro trimestre de 2006. O documento recebido não especificava se a partir do segundo trimestre a Ucrânia aceitava o novo preço exigido, de US$ 230. "Um acordo é considerado fechado quando se assinam contratos por todo o ano", ressaltou o porta-voz russo.

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