Ucrânia e Rússia suspendem voos diretos entre suas capitais

Em novo episódio da crise bilateral entre os dois países, passageiros não terão mais ligação aérea sem escalas entre Kiev e Moscou; medida afetará pelo menos 100 mil pessoas por mês

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KIEV - Ucrânia e Rússia suspenderam no domingo, 26, os voos diretos entre ambos os países, em um novo episódio da crise bilateral que afetará milhares de passageiros.

O último voo comercial entre Moscou e Kiev aterrissou no aeroporto principal da capital ucraniana, Boryspil, na madrugada de domingo. Desde então, nenhum avião liga essas duas ex-repúblicas soviéticas. O fluxo mensal de passageiros chegava a pelo menos 100.000 pessoas.

Passageiros desembarcam do último voo direito entre Moscou e Kiev, no domingo, depois de os dois países suspenderem a rota Foto: AFP PHOTO | GENYA SAVILOV

"Nunca pensei que chegaríamos a isso", disse um dos passageiros do último voo, o analista de informática russo Aleksandre Mikhailin, de 30 anos.

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"Isso vai complicar minha vida", afirmou, relatando que costuma fazer escala em Kiev em suas idas e vindas entre Moscou e Viena.

A proibição de voos diretos também afetará aqueles que têm familiares morando nos dois países.

As relações entre Ucrânia e Rússia atravessam sua pior crise desde sua independência, depois que Moscou anexou a península ucraniana da Crimeia em março de 2014 e após a deflagração do conflito entre Kiev e os separatistas pró-russos do leste do país.

Nesse contexto de hostilidades, a Ucrânia anunciou em setembro uma série de sanções contra a Rússia, entre elas a proibição de quatro companhias aéreas russas (Aeroflot, Transaero, Sibir e Rossia), que operavam voos da Crimeia após sua anexação.

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Dias depois, Moscou respondeu anunciando o fechamento de seu espaço aéreo a todas as empresas ucranianas, a partir de 25 de outubro. Em represália, a Ucrânia proibiu as atividades de todas as companhias aéreas russas em seu território.

Os passageiros ucranianos e russos terão de fazer escala em Chisinau (Moldávia), Minsk (Bielo-Rússia), ou Riga (Letônia), para voar entre os dois países. / AFP e EFE

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