A Ucrânia pediu para que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) preparasse sanções econômicas contra a Rússia e aumentasse a cooperação militar com a capital Kiev, já que o país se juntou à aliança ocidental para conversas sobre como impedir os russos de um novo ataque após reunir tropas próximas.
Ex-república soviética que agora aspira aderir à União Europeia e à OTAN, a Ucrânia tornou-se o principal ponto de conflito entre a Rússia e o Ocidente, à medida que as relações chegaram ao seu pior nível nas três décadas desde o fim da Guerra Fria.
"Vamos pedir aos aliados que se juntem à Ucrânia na montagem de um pacote de dissuasão", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, a repórteres na chegada para conversas com seus homólogos da Otan em Riga, capital da Letônia.
Como parte desse pacote, a Otan deve preparar sanções econômicas a serem impostas à Rússia se "decidir escolher o pior cenário possível", disse ele, acrescentando que também deve aumentar a cooperação militar e de defesa com a Ucrânia.
Na terça-feira, 30, a Otan e os Estados Unidos alertaram que Moscou teria sérios problemas caso tenha uma nova ação militar contra a Ucrânia. "Qualquer futura agressão russa contra a Ucrânia teria um preço alto e sérias consequências políticas e econômicas para a Rússia", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, a repórteres após o primeiro dia de negociações entre os 30 aliados em Riga.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, rebateu que a Rússia seria forçada a agir se a Otan, liderada pelos EUA, colocasse mísseis na Ucrânia que pudessem atingir Moscou em minutos.
Em uma entrevista coletiva ainda nesta quarta-feira, 1º, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, deve revelar com mais detalhes quais informações Washington tem sobre as intenções da Rússia na Ucrânia.
O Kremlin anexou a península da Crimeia no Mar Negro da Ucrânia em 2014 e depois apoiou os rebeldes que lutavam contra as tropas do governo no leste do país. Esse conflito matou 14.000 pessoas, de acordo com Kiev, e ainda está fervendo. / REUTERS