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UE acena com revisão das relações com Cuba

Diplomacia europeia vê ''avanço'' nas decisões tomadas esta semana, como a limitação do mandato de dirigentes

Por Jamil Chade
Atualização:

CORRESPONDENTE / GENEBRAA Europa considera que as reformas anunciadas por Cuba abrem as portas para a adoção de uma nova política da UE para Havana. Em declarações ao Estado, o gabinete da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, deu sinais de que Bruxelas deverá anunciar uma nova relação com a ilha até meados do ano, revertendo 15 anos de uma política que exigia de Cuba avanços nos direitos humanos. Não por acaso, Ashton comemorou as decisões do Congresso do Partido Comunista de Cuba, encerrado na terça-feira, que, entre outras medidas, limitou a dois mandatos de cinco anos a ocupação de cargos no governo. Segundo seu porta-voz, Michael Mann, Ashton considerou as decisões como "notáveis" e garantiu que está disposta a oferecer apoio para que as reformas sejam ampliadas. ONGs de direitos humanos na Europa, como a Human Rights Watch, pediram cautela a Bruxelas, alertando que as medidas ainda precisam ser mais bem analisadas.No ano passado, a Espanha - então presidente da UE -, havia colocado como um de seus objetivos reformar a política do bloco com a ilha, mas sofreu pressões por parte de Berlim, Londres e Paris para endurecer a posição diante da repressão que ainda prevalecia. Os principais centros de poder da Europa exigiam uma posição mais dura após a morte do dissidente Orlando Zapata. A posição da UE começou a ser revista em meados de 2010, quando Cuba aceitou libertar alguns dos presos políticos, que foram enviados a Madri. Agora, Ashton aposta em novos sinais para ganhar apoio interno e apresentar uma nova política com base em um novo acordo comercial e de cooperação. No plano econômico, Bruxelas classificou as decisões do PC como um "indicador significativo de avanços".

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